Sinopse

O título deste livro tem origem na botânica: pneumatóforo é a designação instituída para as raízes respiratórias de algumas plantas que se desenvolvem em locais alagadiços onde o solo é geralmente bastante pobre em oxigénio; essas raízes partem de outras que existem no solo e crescem verticalmente emergindo da água e são os seus poros que permitem a absorção de oxigénio atmosférico. À semelhança destas raízes, os textos incluídos neste livro foram escritos ao longo de trinta e seis anos num contexto bastante variável, porém, o seu denominador comum foi uma falta transversal de oxigénio: oxigénio político e cultural. A escrita é, por conseguinte, neste caso em particular e para além de todas as metáforas, uma forma inadiável de respiração num Zeitgeist caracterizado por um domínio cada vez mais global e asfixiante do neoliberalismo.