Encontro

(Des)arrumando Objetos Feitos de Cancro: mulheres, cultura material e doença nas estórias da arte

Susana de Noronha (CES)

22 de fevereiro de 2016, 18h00

Sala 2, CES-Coimbra

Enquadramento

Convidamos as/os colegas interessados a participar no encontro mensal de investigadoras/es e artistas que usam a arte enquanto objeto ou recurso de pesquisa. Estas sessões ativas incluem discussões sobre trabalhos em projeto e em curso, abordando também questões relacionadas com a utilização da(s) arte(s) como forma de conhecimento, metodologia de investigação e comunicação.

https://artsinformedresearch.wordpress.com

No nosso terceiro encontro, Susana de Noronha fará uma desmontagem do seu segundo livrom, Objetos Feitos de Cancro: mulheres, cultura material e doença nas estórias da arte -  explicando o processo que leva ao livro acabado, da busca e recolha de imagens ao texto final, alterando o modo de fazer e escrever ciência social, ao misturar antropologia, arte(s), emoção, imaginação informada e escrita criativa.

Noronha, Susana de (2015) ObjetosFeitos de Cancro: mulheres, cultura material e doença nas estórias da arte, Coimbra, Almedina, Coleção CES-Almedina "Conhecimento e Instituições" nº 10.

SINOPSE: Objetos Feitos de Cancro (des)arruma a cultura material da doença oncológica, olhando para as materialidades que ganham forma, uso e sentido nas imagens e textos de projetos artísticos criados por ou com mulheres que viveram esta experiência. Os objetos são entendidos como pedaços de cancro, ou seja, partes constitutivas das sensações, emoções, ideias e gestos que fazem a experiência do corpo doente. Objetos hospitalares, domésticos e pessoais encastram-se no diagnóstico, tratamento, remissão, metastização e morte, fazendo a doença que se sente epensa. Da cadeira da sala de espera à última pulseira hospitalar, arrumam-seseringas, máquinas, relatórios, macas, camas, instrumentos cirúrgicos, drenos, pensos, próteses, bombas infusoras, cabeleiras, roupa e muita outra bagagem. Nos lugares da Internet, estórias e ensaios de fotografia, pintura, desenho, colagem, modelagem, escultura e costura deixam espreitar os carcinomas, sarcomas, linfomas e leucemias que fazem a soma das experiências que dão corpo a este texto. Dizer que a doenças e desdobra como uma experiência modular e que os objetos existem e agem no cancro como realidades encastráveis, assenta numa abordagem teórica e metodológica onde ensaio o potencial explicativo daquilo a que chamo a "terceira metade das coisas e do conhecimento".