Resumo

A última década tem sido marcada por um avanço global das correntes políticas de direita. No continente europeu, as políticas de segregação humana, destinadas a conter o processo migratório que deriva dos conflitos que se estendem desde a Primavera Árabe pelo Oriente Médio e Norte da África, passaram a ameaçar a livre circulação de pessoas pelos países que integram a jurisdição da União Europeia. Nos Estados Unidos da América, o nacionalismo agressivo presente na campanha “Faça a América Grande Novamente” de Donald Trump, tem despertado a preocupação da comunidade política internacional e dos organismos mundiais ligados aos direitos humanos.

Na América Latina, o caso brasileiro, objeto central desta investigação, vem inquietando os observadores da histórica instabilidade ibero-americana, desde que o poder de organização da direita nacional desencadeou uma série de contestações públicas que acabaram servindo de sustentáculo para um golpe parlamentar que afastou Dilma Rousseff da presidência do país. Trata-se de um processo que teve início no momento subsequente às manifestações de junho de 2013, quando um discurso violento de direita passou a dominar as redes sociais no Brasil, favorecendo a ascensão de personagens e movimentos conservadores que se tornaram nocivos tanto para os direitos humanos, quanto para os valores liberais democráticos, provocando o bloqueio das ações governamentais de promoção de equidade, o retrocesso da legislação de proteção às minorias sociais, a instabilidade das instituições do poder nacional e o cerceamento das manifestações de liberdade.


Nota biográfica

Nascido em 8 de março de 1970, Jonas Modesto de Abreu é brasileiro (São Carlos/SP). Atualmente é investigador científico do Núcleo de Estudos sobre Democracia, Cidadania e Direito (DECIDe), no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra (UC), Portugal, no qual desenvolve Estágio Pós-Doutoral em Ciência Política (2016). Pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Brasil, possui doutorado em Ciências Sociais (2005), mestrado em Sociologia Política (2000) e graduação em Ciências Sociais (1996). É professor adjunto III de Ciência Política da Universidade Federal de Goiás (UFG), onde também coordena o Laboratório de Estudos Políticos e Eleitorais (LEPE). Tem experiência na área de Ciência Política, com ênfase nos seguintes temas: cultura política, comportamento político, partidos políticos, reforma política, eleições, sistemas de partidos, sistemas eleitorais e segurança pública.

Atividade do Núcleo de Estudos sobre Democracia, Cidadania e Direito | DECIDe