Ciclo de Encontros | Património & Reabilitação Urbana
Reabilitação Urbana: Os centros históricos
18, 19 e 20 de outubro de 2012, Mosteiro de Santa Clara-a-Velha / Museu da Ciência da UC | Coimbra

Enquadramento

Durante muito tempo parece ter caído em esquecimento que o núcleo histórico de uma cidade foi, num passado mais ou menos distante, o seu centro vital político-económico. Desse centro pulsou a vida que sustentou e fez crescer a cidade. O paradoxo reside no facto desse crescimento ter frequentemente levado ao quase abandono do centro, votando ao desprezo um valiosíssimo património urbano, não apenas económico, mas também estrutural, social, humano, cultural, artístico e arquitectónico. Ora, é justamente o atual reconhecimento desse valor que levou à recuperação do chamado Centro Histórico como símbolo da cidade, funcionando como o seu cartão-de-visita.

A conservação do núcleo urbano histórico da Cidade de Coimbra, como caso de estudo, é importante na medida em que, sendo esta uma cidade milenar - com vestígios arqueológicos de uma ocupação que remonta ao período romano e onde alguns dos edifícios existentes correspondem a habitações medievais -, não se encontra ainda excessivamente descaracterizada.

Contudo, a imagem urbana da Coimbra antiga, tal como a de muitos outros centros históricos, tem vindo a degradar-se acentuadamente nas últimas décadas, devido, entre outras razões, à ausência de manutenção, aos efeitos de atmosferas urbanas cada vez mais poluídas e, ainda, a uma crescente e preocupante perda de conhecimento das técnicas tradicionais de construção e acabamentos, favorecida pela inexistência de uma política de salvaguarda do património construído e da ocupação de solos. No decorrer do século XX, os sistemas construtivos tradicionais foram substituídos pelos de índole industrial. Ora, por questões da própria natureza construtiva, estes dois sistemas, tradicional/moderno, são frequentemente incompatíveis entre si, pelo que um dos factores responsáveis pela descaracterização da imagem urbana dos centros históricos está directamente relacionado com a utilização acrítica das técnicas e materiais modernos nos edifícios antigos. Para combater esta tendência, que afecta gravemente a possibilidade de leitura desse património, urge criar instrumentos específicos que possam ajudar a superar essa dicotomia, estabelecendo um diálogo entre as técnicas tradicionais e as possibilidades oferecidas pela evolução tecnológica.

O património arquitectónico da cidade de Coimbra é representativo de diferentes períodos históricos. Os estilos correspondentes a cada período, alguns deles bem definidos e outros de transição, implantam-se nas sucessivas zonas de expansão da cidade, que foram ocorrendo até ao terceiro quartel do séc. XX. Deste modo, identificam-se também edifícios construídos a partir de sistemas construtivos modernos e mistos (tradicionais/modernos) que deverão ser preservados. 


Para efeitos de Admissão na Ordem dos Arquitectos, a participação neste encontro equivale a 8 crédito(s) de “Formação Opcional em Matérias de Arquitectura”.


Esta edição  tem o apoio da FCT e FEDER através da bolsa SFRH/BD/60389/2009 e dos projetos  FCT PTDC/AUR-URB/113635/2009  –  FCOMP  –  01 0124  –  FEDER  – 014163 e Limecontech – PTDC/ECM/100234/2008.