Apresentação
Na sociedade portuguesa, o recurso ao conceito de ‘nação’ sugere frequentemente a  sobreposição entre uma comunidade, uma cultura e um mapa territorial. Esta ‘certeza’ conceptual contrasta com outras categorias complexas que procuram caracterizar, no terreno, e a partir da realidade presente, a diversidade social. Deste cruzamento de interrogações e mal-entendidos emerge uma noção de cidadania restrita, que descreve a identidade daqueles que se enquadram nas definições oficiais. Para os ‘outros’ que ficam fora desta ‘imaginação social’ as categorias utilizadas – diaspórico, migrado, refugiado, exilado, de entre outras - incorporam esta marginalidade. Este contraste de pertenças  coloca em evidência a relação entre a fixidez do cidadão, a sua normalidade e a sua interacção como o movimentável, móvel, as margens deslocalizadas da nação. O ‘estranho’ que o processo de construção da nação encontra é alguém que, por razões de classificação, não foi ‘oficialmente’ permitido no mundo da cidadania. A violência deste processo resulta da concepção da ideia de cidadania como uma entidade estática, da natureza problemática da identidade, do positivismo entre território e um povo e a fixidez das fronteiras.

Partindo deste quadro teórico, pretendemos neste curso ultrapassar as questões normativas e legais e questionar as narrativas que constroem Portugal através dessa ‘certeza conceptual’, assim como as possibilidades de compreender a ‘nação’ como uma categoria ambivalente e em permanente redefinição, reflectindo as transformações políticas, sociais, económicas, culturais e educacionais derivadas dos vários movimentos diaspóricos que atravessam a nossa sociedade contemporânea

Programa

Dia #1
Sexta-feira, 3 Outubro

Dia #2
Sábado, 4 de Outubro