Colecção A Sociedade Portuguesa Perante os Desafios da Globalização
 
 


Transnacionalização da educação: da crise da educação à "educação da crise"

Stephen R. Stoer, Luíza Cortesão e José A. Correia (orgs.)

Neste volume olha-se para o conceito de globalização através da janela da educação. Procura-se compreender uma situação que é cada vez mais generalizadamente referida como a crise da educação ou, mais especificamente, a crise de uma forma particular de educação identificada normalmente com o modelo escolar desta, a chamada "escola para todos". Esta crise da educação escolar coincide com a época da transnacionalização do campo da educação. Assim, os estudos incluídos neste volume, ao mesmo tempo que procuram compreender melhor o significado desta crise, tentam repensá-la à luz do processo de globalização. Este processo é, simultânea e contraditoriamente, uma força objectiva capaz de limitar a "soberania normal" do sujeito (neste caso, a educação escolar) e um meio para promover a libertação deste. Neste volume, a primeira situação é referida como a "crise da educação" e a segunda, como a "educação da crise".

Colaboram neste volume: Ana Maria Seixas, António Candeias, António M. Magalhães, António Teodoro, Fátima Antunes, José Alberto Correia, Luiza Cortesão, Manuel Matos e Stephen R. Stoer.

Índice

Nota prévia

Prefácio

PARTE I - GLOBALIZAÇÃO/LOCALIZAÇÃO: O PROCESSO EDUCATIVO E A CONSTRUÇÃO SOCIAL DOS AGENTES EDUCATIVOS

Introdução

Capítulo 1
António Candeias: Processos de construção da alfabetização e da escolaridade: O caso português

1. Introdução: Génese e definição de uma investigação
2. Alfabetização e escola na modernidade ocidental
3. Alfabetização e escola em Portugal à luz de um século de "Censos Populacionais" (1864-1960)
4. Um estudo de caso: alfabetização, escola, dinâmicas sociais e processos de mudança em quatro gerações nascidas entre 1888 e 1988
5. Conclusão
Referências Bibliográficas

Capítulo 2
José Alberto Correia; Manuel Matos: Da crise da escola ao escolocentrismo

1. Introdução
2. Da incompetência dos alunos à alunização da juventude
3. O culto do aluno como culto do dever
4. A convivência impossível entre o jovem e o aluno
5. A disciplina da indisciplina
6. Da incompetência dos professores à reprofissionalização impossível
7. Dos saberes implícitos à incompetência generalizada
8. Do comunitarismo profissional ao administrativismo projectual
9. O excesso e o défice de Estado na construção da profissionalidade docente
10. Conclusão
Referências Bibliográficas

PARTE II - POLÍTICAS EDUCATIVAS E NOVAS FORMAS DE GOVERNAÇÃO NUMA ÉPOCA DE TRANSNACIONALIZAÇÃO

Introdução

Capítulo 3
António Teodoro: Organizações internacionais e políticas educativas nacionais: A emergência de novas formas de regulação transnacional, ou uma globalização de baixa intensidade

1. Educação comparada e organizações internacionais: Entre o mandato e a legitimação
2. A OCDE e o Projecto Regional do Mediterrâneo: A expansão educativa como questão determinante do crescimento económico
3. A UNESCO e Portugal: A procura de legitimação internacional em tempos de crise revolucionária
4. O Banco Mundial e, de novo, a OCDE: Mandato europeu e normalização da política educativa
5. As novas formas de regulação transnacional no campo das políticas educativas, ou uma globalização de baixa intensidade
6. Globalizações hegemónicas e contra-hegemónicas: Por uma pedagogia da possibilidade na implementação de políticas emancipatórias no campo educativo
Referências Bibliográficas

Capítulo 4
Fátima Antunes: Os locais das escolas profissionais: Novos papéis para o Estado e a europeização das políticas educativas

1. Introdução
2. O Estado nacional, a educação e os processos de globalização
3. A agenda política nacional para a educação e a criação das escolas profissionais
4. A interpenetração de políticas (educativas) nacionais e comunitárias: Dinâmicas de europeização?
5. Uma inovação nacional referenciável a orientações e modelos comunitários: A emergência de um espaço comum de mediação?
6. Conclusão
Referências Bibliográficas

Capítulo 5
Ana Maria Seixas: Políticas educativas para o ensino superior: A globalização neoliberal e a emergência de novas formas de regulação estatal

1. Globalização e ensino superior
2. A emergência de novas formas de regulação estatal dos sistemas educativos: O Estado avaliador
3. Organizações internacionais e a difusão de um modelo estandardizado de ensino superior
4. A regulação do ensino superior em Portugal - "hibridismos e globalização de baixa intensidade"
5. Notas finais
Referências Bibliográficas

PARTE III - EDUCAÇÃO INTER/MULTICULTURAL E A RECONVERSÃO DOS PROCESSOS LOCAIS DE SOCIALIZAÇÃO

Introdução

Capítulo 6
Stephen R. Stoer: Desocultando o voo das andorinhas: Educação inter/mumulticultural crítica como movimento social

1. Introdução
2. Formas da relação do Estado com a educação escolar (a génese da educação inter/multicultural)
3. A nova classe média, o Estado regulador e os movimentos culturais
4. Educação inter/multicultural como movimento social
5. Conclusão
Referências Bibliográficas

Capítulo 7
Luiza Cortesão: Guliver entre gigantes: Na tensão entre estrutura e agência, que significados para a educação?

1. Que significados para a educação multicultural crítica?
2. Que significados para uma prática informada pela investigação-acção?
Referências Bibliográficas

CAPÍTULO 8
António M. Magalhães: O Síndroma de Cassandra: Reflexividade, a construção de identidades pessoais e a escola

1. Introdução
2. A reflexibilidade da modernidade radicalizada e a plasticidade dos selves
3. A multiplicação/diversificação dos lugares estruturais onde as identidades se constroem
4. A escola, e a construção de identidades pessoais
5. A subjectividade reflexiva da modernidade tardia: Entre o possível e o desejável (e dois exemplos)
6. Conclusão
Referências Bibliográficas
Considerações Finais