Oficina de Poesia
 
 


Oficina de Poesia nºs 10

Data de Publicação: Março 2008

 
Versão PDF

Editorial

A Oficina de Poesia comemorou, no último número, 10 anos de existência. Apesar do sucesso que este número teve na comunidade de leitores, estes dez anos têm sido de silêncio, por parte dos meios literários, relativamente ao trabalho apresentado pela revista, embora nela tenham publicado grandes nomes portugueses e estrangeiros. Mesmo assim, continuamos. E retornamos agora ao nosso formato habitual, mais pequeno, mas nem por isso menos recheado. A cada número, um recomeço.
Inauguramos agora uma nova fase da Oficina de Poesia. Para além de curso livre da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, aberto a toda a comunidade, o grupo constituiu-se também como “Projecto Oficina de Poesia”, e liga-se agora ao Projecto Novas Poéticas de Resistência: o Século XXI em Portugal, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e acolhido pelo Centro de Estudos Sociais.
Esta edição da revista presenteia quem lê, por um lado, com uma presença significativa de poetas das Américas e, por outro, com um punhado de interessantes poetas portugueses cuja intensidade da prática poética se tem realizado fora dos grandes centros polarizadores. Publicamos, nesta edição, poemas inéditos do poeta brasileiro Andityas Soares de Moura, de Belo Horizonte, que é também ensaísta e tradutor. Da Costa Rica chegam-nos também inéditos em castelhano de Álvaro Mata Guillé, poeta, ensaísta, dramaturgo e director de um grupo de teatro e dança. Ainda em castelhano, poemas de Julio Espinosa Guerra, um chileno, actualmente residente em Espanha, que, para além de poesia, publicou também já um livro em prosa.
Trazemos também o norte-americano Leonard Schwartz, autor de vários livros de poemas e de uma colecção de ensaios. Aqui apresentamos poemas em versão original e na irrepreensível tradução portuguesa de Isabel Pedro dos Santos.
De Portugal, recebemos a poesia de Luís Serguilha que, para além de poeta, com vários livros publicados, é também autor de textos criativos sobre literatura contemporânea brasileira.
Contamos também neste número com a participação de Graça Magalhães e de Porfírio Al Brandão, dois poetas de Viseu. Este último já com vasta obra publicada. Destacamos ainda a participação da jovem poeta de 16 anos, Cláudia Borges – mais uma prova da aposta que a revista tem feito nas novas vozes da poesia contemporânea portuguesa. Estes três poetas pertencem ao grupo poético, de Viseu, o “Sarau dos Danados”, ao qual damos a devida relevância neste número. Este grupo pauta-se também pela organização de leituras públicas e pela intervenção na comunidade. Apresentamos ainda poemas visuais e fotografias de João Luís Pinho, Luís Costa, Maria João Baginha e Rui Silva. A Oficina de Poesia, como é seu mote, vai adensando a sua presença na comunidade através das várias leituras públicas em que participa e da colaboração com escolas. A nossa revista não pode deixar, por isso, de reflectir esta realidade. A convite do Ateneu de Coimbra, o grupo fez uma leitura de poemas a lembrar Agostinho da Silva, que teve por base um exercício de escrita criativa a partir de poemas e textos ensaísticos deste autor. Homenageámos também o Alentejo, o poeta Mário Saa e outros poetas alentejanos, pela ocasião da I Feira do Livro Alentejana, em Aviz e a convite da Autarquia e da Fundação Paes Telles, num evento que contribuiu para uma tão necessária descentralização cultural. Participámos ainda numa homenagem a Miguel Torga, desta vez na Feira do Livro de Coimbra, por ocasião das celebrações do nascimento do autor, tendo sido criados vários poemas derivativos a partir da sua obra. Este número integra por isso algum do trabalho realizado pelos/as poetas da Oficina de Poesia no âmbito destas intervenções públicas.
Como é habitual na revista, recheamos as páginas com vários nomes já consolidados ou mesmo consagrados, de vários países, que aqui publicam ao lado de jovens poetas em início de percurso. Neste (re)começo de um novo ciclo, continuamos a acreditar na importância de dar voz ao início. Porque tudo tem de começar algures. Este número começa aqui.

aNa B
Rita Grácio