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Nº 34
Fevereiro de 1992
O rural e o urbano
Produção, trabalho e emprego
Mulheres, família e transformação social
ISSN 0254-1106 e ISSN eletrónico 2182-7435
Lígia Amâncio
  Assimetrias nas Representações do Género  (pp. 9-22)
 Partindo da sua própria investigação empírica, a autora expõe os limites de alguns modelos da psicologia social para a análise da diferenciação social entre as categorias sexuais e propõe o modelo psicossociológico da dominação simbólica.
 
Eva Alterman Blay e Rosana da Conceição Ramos
  Mulher, Ciência e Sociedade: abordagem das relações de género nas disciplinas da Universidade de São Paulo  (pp. 23-38)
 Um levantamento das disciplinas lecionadas na USP até 1989 permitiu concluir que, não obstante a escassa incorporação dos estudos sobre a mulher na universidade, e apesar da insuficiência dos estudos "que ignoram a metade da população", existem algumas áreas que adotam uma perspectiva inovadora e crítica.
 
João Arriscado Nunes
  As Teias que a Família Tece: alguns problemas da investigação em sociologia da família  (pp. 39-64)
 As implicações da interdependência entre as características do objecto da investigação e os métodos utilizados pelo investigador nem sempre têm suscitado a atenção que merecem. A sociologia da família é um dos domínios em que essa reflexão assume uma importância central.
 
Maria Ângela D’ Incão
  A Casa, a Família e Modos de Vida  (pp. 65-83)
 Através do uso da literatura, tratam-se as relações entre a casa, a família e a sociabilidade em dois períodos diferentes na vida urbana brasileira.
 
Maria Aparecida Ribeiro
  A Mulher e a Cidade: uma leitura da narrativa angolana  (pp. 85-97)
 A figura feminina no contexto das mudanças operadas no meio urbano é uma presença constante em textos de autores como Luandino Vieira, Arnaldo Santos, Pepetela, Jorge de Macedo e Manuel Rui.
 
Sônia Weidner Maluf
  Bruxas e Bruxaria na Lagoa da Conceição: Um estudo sobre as representações de poder feminino na Ilha de Santa Catarina  (pp. 99-112)
 As narrativas de bruxaria da Lagoa da Conceição, comunidade de colonização açoriana no litoral sul do Brasil, são uma forma de falar sobre um poder feminino informal, não reconhecido pelos modelos apresentados pelos moradores lagoenses.
 
Pedro Hespanha
  Para uma Teoria Sociológica da Propriedade Fundiária  (pp. 115-129)
 Numa altura em que, nas sociedades industrializadas, se assiste a uma revitalização dos processos locais e a uma reemergência do rural, ganha sentido questionar o papel que nessas mudanças tem tido a propriedade fundiária.
 
José Vicente Tavares dos Santos
  Dominação e modos de organização rural no Brasil  (pp. 131-147)
 Como resultado dos conflitos agrários vividos no período contemporâneo, conclui-se que os camponeses e trabalhadores rurais reivindicam um direito de cidadania na sociedade brasileira.
 
Carmen Sílvia Rial
  Da Casa Açoriana à Casa Decorada: Ensaio de estética popular  (pp. 149-159)
 Percurso da transformação vivida ao longo de três gerações pelas famílias que no interior da ilha de Santa Catarina, no sul do Brasil, habitam casas ditas açorianas, semelhantes às construídas no século XVIII pelos emigrantes vindos dos Açores.
 
António Gama
  Urbanização Difusa e Territorialidade Local  (pp. 161-172)
 Equacionamento de alguns temas centrais ao fenómeno da urbanização: a distinção urbano-rural, a dicotomia comunidade/sociedade e os problemas da territorialidade.
 
Vitor Matias Ferreira
  Observatório prospectivo da Metrópole de Lisboa: Notas para a criação de um dispositico de observação prospectiva  (pp. 173-185)
 A partir de algumas considerações teórico-políticas, propõe-se a criação de um dispositivo de observação prospectiva para a Área Metropolitana de Lisboa, centrado sobretudo (mas não exclusivamente) nas relações Centro/Periferia.
 
Paulo Krischke
  Movimentos de Bairro em Florianópolis durante a "Nova República": Transformações culturais e conservadorismo político  (pp. 187-210)
 Simultaneamente à análise histórica do período em questão (1985-1989), o presente trabalho operacionaliza teses mais gerais sobre a democratização da cultura, apoiadas nas teorias de Heller, Habermas e outros.
 
Virgínia Ferreira
  Informatização e Feminização dos Escritórios em Portugal  (pp. 213-241)
 Uma certa singularidade do emprego nos escritórios em Portugal deve-se ao facto de a informatização tradicional não ter registado entre nós uma grande difusão e não ter gerado muitos postos de trabalho tipificados como femininos.
 
Sônia M. G. Larangeira
  Proletarização das Classes Médias? O Caso dos Profissionais de Nível Superior no Brasil  (pp. 243-255)
 Discutem-se questões relacionadas às chamadas novas classes médias, apresentando resumidamente as teses que fundamentam o debate teórico recente sobre o tema e analisando aspectos da ação sindical de profissionais de nível superior (engenheiros e médicos) no estado do Rio Grande do Sul, Brasil.
 
Elísio Estanque
  Relações de Poder no Contexto Industrial do Calçado: o caso de S. João da Madeira  (pp. 257-281)
 Uma abordagem das relações de poder entre patrões e operários, procurando identificar as variáveis, de natureza histórica e simbólico-ideológica que, inseridas na cultura local, concorrem para a estruturação e reprodução dos sistemas de controlo — de caríz autocrático-paternalista — em vigor nas empresas do calçado.
 
Manuel Lisboa
  Trabalho Caseiro e Familiar Autónomo: Uma contribuição para a compreensão da política industrial do Estado Novo  (pp. 283-298)
 Estudo do discurso e da legislação referentes ao Trabalho Caseiro e Familiar Autónomo no Estado Novo, de modo a identificar os valores e as atitudes dos dirigentes que influenciavam a definição e implementação das políticas industriais.
 
Regina Lúcia de Moraes Morel
  Gestão Paternalista, Empresa Estatal e Luta pelos Direitos  (pp. 299-315)
 A partir da caracterização do movimento sindical dos trabalhadores da Companhia Siderúrgica Nacional no contexto do período populista no Brasil (1945-64), demonstra-se a construção de uma tradição sindical entre esses trabalhadores.
 
Augusto Nascimento
  A "Crise Braçal" de 1875 em S. Tomé: os comportamentos dos agentes sociais  (pp. 317-329)
 A partir de meados de oitocentos criaram-se as plantações com o recurso a escravos. Os comportamentos dos diferente agentes sociais durante a "crise braçal" provocada pela antecipação do fim da escravatura, aprazado para 1878, constitutem o objecto deste texto.
 
Nair Heloísa
  Especificidade e Ambiguidade no Processo de Constituição de um Sujeito Colectivo  (pp. 331-342)
 As greves de 1979 e o processo de formação das Oposições Sindicais a partir dessas experiências grevistas são marcos fundamentais da trajetória da formação do sujeito coletivo junto aos trabalhadores brasileiros da construção civil.
 
Sérgio Lopes
  Os Portugueses e as Metamorfoses do Racismo em França  (pp. 343-360)
 Retomando dados de um estudo anterior às lutas dos maghrebinos contra a dominação colonial francesa, analisa-se o modo como têm sido vistos os Portugueses em vários momentos da História francesa do século XX.
 
Isabel Salavisa
  A emergência de um novo paradigma técnico-económico e os pequenos países: o caso de Portugal  (pp. 361-384)
 Pode um pequeno país pouco desenvolvido aproveitar a actual fase de mutação paradigmática para tentar um salto de desenvolvimento? Existirão, no actual paradigma existente, características particularmente favoráveis para essa tentativa?
 
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