Mesa redonda e Filmes

Mesa Redonda com Escritores e Artistas (11 de Setembro)

Participantes: Tiago Borges (Angola),  Bela Rocha de Sousa (Moçambique), Armindo Espírito Santo (São Tomé e Príncipe) e Kimi Djabaté (Guiné-Bissau).

Moderação: Clara Carvalho (ISCTE-IUL)

 

Bela Rocha de Sousa. Nasceu em Moçambique, viveu no Brasil e reside há alguns anos em Portugal. Desde a adolescência que a dança e a pintura são meios para expressar a sua sensibilidade artística. Bela Rocha procura continuamente aceder a novos suportes culturais, mirando o mundo de uma maneira irónica, satírica, algo patética, tanto no «folclore» urbano como nas memórias da ruralidade moçambicana. O seu trabalho está representado em museus e coleções particulares em vários países, incluindo Moçambique, Brasil, Portugal, Alemanha, Canadá, Itália, Haiti ou Estados Unidos.

Tiago Borges. Luanda, Angola, 1973. Vive e trabalha em Lisboa. Licenciado em Arquitetura pela Universidade de Manchester e Mestre em Design Interativo pelo Royal College of Art, Londres. Lecciona na Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha. No seu trabalho incorpora frequentemente materiais que dão corpo às possibilidades metafóricas e artísticas que equaciona, usando uma ironia que lhe é característica. Participou em exposições colectivas internacionais tais como "Europa Central – Plataforma Revólver" em Lisboa, "Tentativa d’Agotar un Lloc Africa" em Barcelona, ou na Vª Bienal de São Tomé e Príncipe.

Kimi Djabaté. Tabato, Guiné-Bissau, 1975. Vive em Lisboa. Músico de fama internacional (Guitarra, Percussões e Balafón) tem colaborações com artistas de renome como Mory Kanté, Waldemar Bastos, Netos de Gumbé, entre outros. Em 2005, lançou o seu primeiro álbum a solo, "Teriké". O seu segundo álbum, "Karam", é uma homenagem às suas raizes griot e tem como tema África: as realidades sociais e políticas, a luta contra a pobreza, os direitos das mulheres, o amor e a liberdade.

Armindo Espírito Santo é economista com docência em algumas universidades de Lisboa e é quadro do Ministério das Finanças em Portugal. Foi Director-Geral dos Impostos em Timor-Leste, além de consultor na área fiscal, empresarial e económica. Foi conselheiro das Nações Unidas. Membro do Centro de Estudos Africanos do ISCTE. Entre outros trabalhos, publicou "Economia de S. Tomé e Príncipe. Entre o regime do partido único e o multipartidarismo" (2008).

FILMES

Dia 10 – 21h00, CES sala 1

"Legna: habla el verso saharaui"
Um documentário de Juan Robles, Bahia Awah e Juan Carlos Gimeno.
O filme será apresentado pelos realizadores. À projeção seguir-se-á um debate.  

Sinopse: “LEGNA: habla el verso saharaui” es un relato de poesía audiovisual que recorre los elementos esenciales de la cultura saharaui encadenando los versos recitados de forma rigurosa y evocativa en hasania y castellano por los propios poetas y poetisas. Poemas que cantan y evocan lo esencial de la cultura material beduina vinculada al movimiento desde Saquia el Hamra hasta Río de Oro. Un recorrido mágico desde el río Draa en el norte hasta Agüenit y Leyuad en la frontera sur con Mauritania, desde la costa de playas blancas de Bojador hasta los límites imprecisos de la Badia. Un territorio nacional saharaui marcado por la huella de la historia reciente de revolución, guerra, resistencia (intifada) y espera. Territorio, historia, cultura, hilvanada desde la poesía rebosante de vida, amor y nostalgia. El documental ¿Legna: habla el verso saharaui¿, ganó el premio a la mejor película en FiSáhara, 2014.

Dia 13 – 21h00, CES sala 1

"A Batalha de Tabatô"
Um filme de João Viana
Apresentação e debate: Pires Laranjeira (Faculdade de Letras, Universidade de Coimbra)

Sinopse: Há 4500 anos, enquanto tu fazias a tua guerra, criámos a agricultura. Há 2000 anos, enquanto tu fazias a tua guerra, criámos a boa governação dos reinos. Há 1000 anos, enquanto tu fazias a tua guerra, criámos o chão do reggae e do jazz. Hoje, perante a tua guerra, criaremos contigo a tua paz.
Para a maior parte das pessoas a Guiné é apenas o terceiro país mais pobre do mundo. E, no entanto, passa-se algo de extraordinário em TABATÔ, uma aldeia situada no interior da Guiné: lá, todos os seus habitantes são, desde há 500 anos, músicos Djidius. Eles são cantores-poetas hereditários, cujas canções de louvor e contos e lendas representam um papel fundamental na vida musical de África. É ali que vive o djidiu Mutar Djebate, chefe dos 300 melhores balafonistas do mundo.
O filme é uma metáfora da situação presente na Guiné Bissau e localiza-se algures entre o abismo da guerra e a existência desta aldeia musical chamado Tabatô. Conta a história pessoal e dramática de BAIO (Djidiu e ex-soldado mandinga ao serviço dos Portugueses) que regressa à Guiné Bissau, à sua aldeia natal de Tabatô, trinta e sete anos após o fim da guerra colonial, para assistir ao casamento da sua filha Fatu com o filho do chefe da aldeia, Idrissa Djabaté, um músico emergente na Guiné Bissau.