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Cine y Autor | Reflexiones sobre la teoría y la praxis de creadores fílmicos

Francisco Salvador Ventura (Editor)
Intramar Ediciones (2012)

Desde as primeiras discussões em torno ao conceito de ‘auteur’ definido pela crítica francesa nos anos 1950, todavia hoje se continua a debater sobre a quem pertence a prerrogativa da ‘autoria’ de um filme. Ao contrário das artes literárias e das artes plásticas na sua acepção tradicional, o cinema envolve a performance de grupos e a definição de um único autor, ou a sua redução exclusiva à figura do realizador, torna-se muitas vezes complexa. Nem todos os realizadores podem ser considerados autores e nem todas as grandes produções estão isentas de componentes autorais. Qualidades como o individualismo, a originalidade, a audácia ou a erudição associadas à independência dos sistemas de produção e de distribuição, ao controlo técnico minucioso de mise-en-scène ou à capacidade inconsciente de catálise constituem critérios usados na definição de autor. A importância de ‘como’ em relação a ‘o que’ se filma e a necessidade de desconstruir convenções das linguagens e das narrativas são necessidades propostas por recentes trabalhos críticos e teóricos.

O livro resulta do Simpósio Internacional 'Cinema e Autor' que decorreu no CES-Lisboa nos dias 3-5 de Dezembro de 2011, dedicado à discussão pluridisciplinar das problemáticas mencionadas. Uma primeira vista de olhos pelos títulos dos capítulos permite comprovar a variedade de perspectivas presentes ao constatar a abordagem de autores inquestionáveis como o caso de Rossellini ou de Guitry e de outros mais jovens como Bezançon ou Luis Alberto Lamata. São percorridas filmografías poderosas como a norteamericana e a outras com menor difusão como a grega. Tratados autores de género como Francisci e outros tantos pessoais como Von Trier. A análise é levada em viagem a países bem distantes no globo como a Argentina ou o Japão, passando pela cada vez mais relvante filmografía da Índia. Analisa-se a perspectiva de um compositor como Elfman ou de um crítico cinematográfico como Prado Coelho e incluem-se trabalhos sobre criadores literários que de uma maneira ou de de outra tiveram ligações ao cinema, da talha do poeta Ginsberg ou do dramaturgo Kambanelis. Um livro que corresponde ao objectivo inicial de obter uma visão alargada deste tema, livre da abordagem puramente cinematográfica.