Exercitando a Cidadania: Portugal, México e Brasil
Organizadores:
Carlos Frederico Lúcio Lopez (Universidade de Guadalajara); Denise da Trindade de Carvalho (Instituto do Legislativo Paulista); Enio Eduardo Pereira da Silva (Laboratorio de Sociologia do Trabalho da Universidade Federal de Minas Gerais); Mariza Rios (Universidade Nacional de Brasília (UNB)); Mónica Santos (CES (UC) Projecto PEMINT)

Moderadora: Tânia Alves

A proposta é criar um painel no VIII Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais (CLABCS), que tem como objectivo a análise de experiências de exercício da cidadania, sob uma perspectiva dos seus intervenientes visando a construção de um novo senso comum, transparente, transformador e compreensível, evitando o fosso entre o universo académico e o universo social.
Serão objecto de análise algumas experiências que ocorrem em Portugal, México e Brasil.


“Educafro – estratégias que inovam”
Denise Carvalho (Instituto do Legislativo Paulista)
dtcarvalho@uol.com.br

O objectivo da apresentação consistirá em avaliar as estratégias da Instituição na promoção de acesso dos afro-descendentes ao Ensino Publico Universitário no Brasil.

“Educação, saúde e Cidadania”
Geovânia da Silva Toscano

Analisa-se o Programa de Ensino e Extensão Educação, Saúde e Cidadania desenvolvido pela UFRN envolvendo os cursos da área de Saúde e Ciências Humanas durante o período de 2000.2 a 2004.1, verificando se há uma relação dialógica com a comunidade e se a atuação dos sujeitos envolvidos tem repercutido na redefinição da função da universidade enquanto espaço de formação cidadã.


“As “Caravelas” da era Global”
Roselane Gomes Bezerra

O nosso objetivo neste grupo de discussão é apresentar os projetos de intervenção nos segmentos do turismo e construção civil desenvolvido por portugueses no Estado do Ceará e as conseqüentes implicações que tais investimentos produzem na arquitetura e nas redes de sociabilidade dos usuários destes novos espaços. Salientamos que a constatação destas mudanças denuncia o quanto é necessário um diálogo entre os sociólogos, os gestores e os novos investidores, haja vista, que o jogo de interesses que perpassa este redescobrimento do Ceará por portugueses, envolve toda a sociedade local.


“O Teatro do Oprimido em Portugal”
Carina Lourenço
car1na@netvisao.pt

O Teatro do Oprimido (TO) é um conjunto variado de técnicas e jogos teatrais que fazem do Teatro um “ensaio para a realidade”, uma espécie de laboratório ou campo de experimentação de alterações a introduzir na representação da vida de todos os dias, da qual nos falava E. Goffman. Actor e espectador co-existem, assim, no mesmo indivíduo:“Ser humano é ser Teatro”(A.Boal). E é esta a ferramenta principal que o TO possibilita: a demonstração prática e criativa de que as ferramentas para a transformação social estão em todos e em cada um/a de nós. Através do diálogo, da negociação, da não violência, da valorização e discussão de todos os contributos, o TO apela à participa(c)ção.
No final deste painel, será apresentada uma breve peça de teatro-fórum em que os participantes do CLABCS serão convidad@s a participar.

"O movimento zapatista como uma nova pedagogia politica"
Carlos Lúcio (Universidade de Guadalajara)
lucio_c@hotmail.com

Não é possível compreender muitos dos processos sociais na América Latina sem se reconhecer a participação de 30 milhões de indígenas. As reivindicações de autonomia, desenvolvidas ao longo dos últimos 30 anos, permitiram assistir à transição de um indigenismo paternalista para modalidades mais “autogestivas” quer dizer, autogeridas pelos próprios povos indígenas. Nenhuma iniciativa que vise a superação das desigualdades e o fim da exclusão pode ser imaginada sem se considerar os desafios impostos pela realidade pluricultural. Estes manifestam-se através da sua composição multiétnica e, por isso, multicultural. Este debate, atravessa, assim, duas resistências principais: por um lado, a formulação explícita de políticas relacionadas com a identidade e a cultura, e, por outro, as transformações que isso poderá eventualmente exigir ao estatuto de cidadania, numa perspectiva de garantir plenamente esses direitos.

“Dança de rua contemporânea: uma performance afro-americana”
Célia Maria Antonacci Ramos
liviagalveias@yahoo.com

A dança de rua contemporâneo surgiu nos EUA, a apartir dos anos 70, em forma de uma disputa ritual entre os adolescentes afro-americanos engajados na cultura hip-hop. Esta dança estendeu-se a outros países da américa Latina e a apresentar vocabulários específicos dos estilos de dança já coreografados em outras danças regionais, como a capoeira. Nos propomos a analisar esses diferentes estilos de dança enfatizando as tradições locais.
Líva Galveias (Mestrando em Sociologia pela UC) - Para uma educação intercultural- O que se pretende é descobrir novas formas de promoção dos valores de cidadania através do reconhecimento da alteridade e, mais concretamente, relacionar a educação e o pluriculturalismo, a partir de um projecto que procura desenvolver um modelo de educação intercultural.

Para uma educação intercultural
Líva Galveias
liviagalveias@yahoo.com

O que se pretende é descobrir novas formas de promoção dos valores de cidadania através do reconhecimento da alteridade e, mais concretamente, relacionar a educação e o pluriculturalismo, a partir de um projecto que procura desenvolver um modelo de educação intercultural.

"Problemática imigratória no contexto português”
Mónica Santos (CES-Projecto PEMINT)
moniksantos@hotmail.com

Pretende-se uma reflexão sobre o fenómeno imigratório e as relações de dominação entre Estados -Nação: a legitimidade do “fechar as portas” aos novos imigrantes. Analisar-se-á os principais problemas que afectam as minorias imigrantes sob a dimensão legislativa e da integração: direitos conquistados e direitos negados; práticas multiculturais e práticas de exclusão.

“Remanescentes de Quilombo”
Mariza Rios (Universidade Universal de Brasília)
rios_mariza@hotmail.com

O Direito, em geral, constitui uma das ferramentas centrais utilizada pelo Estado, pelo Movimento Social e pela Comunidade, para tratar dos conflitos sociais no campo. A reivindicação pelo acesso e pela permanência na terra, com base no direito étnico/cultural, converte a “posse imemorial” em território da comunidade. Este passa a ser reivindicado como um direito que cabe ao Estado, somente, a tarefa de reconhecimento e titulação de uma propriedade que foi conferida á comunidade remanescente de Quilombo pela Constituição Federal de 1988.
A presente intervenção pretende analisar esta paisagem a partir da “sociologia das ausências e das emergências” construída por Boaventura de Sousa Santos. Esta faz uma critica ao modelo de racionalidade ocidental – o modelo de uma razão indolente – propondo um outro modelo, o de uma razão cosmopolita. A razão cosmopolita, por sua vez, fundamenta-se em três procedimentos sociológicos: a “sociologia das ausências, a sociologia das emergências” e o trabalho de “tradução”(Santos, 2003 b).

 

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