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    Vista como um método, uma instituição, ou simplesmente uma atividade distinta, a ciência é um elemento central para a compreensão da relação entre o ser humano e a natureza, gozando por isso mesmo de um estatuto privilegiado nas sociedades contemporâneas.

    Etimologicamente derivada de “conhecimento” – os cientistas eram inicialmente identificados como filósofos da natureza –, a ciência distingue-se enquanto corpo teórico de conhecimento, baseado num método próprio – o método científico –, com regras próprias de publicação e validação do conhecimento, pelos pares, com centros de investigação dedicados, respetivas carreiras profissionais e regras deontológicas, abrangendo assim áreas disciplinares diversas: as ciências naturais, da engenharia, sociais e as humanidades. No entanto, várias mudanças se têm vindo a registar na prática e cultura que definem a ciência. A centralidade do conhecimento no modelo económico atual – que alguns autores apelidam de economia baseada no conhecimento – levou à expansão das atividades de produção de conhecimento, cada vez menos circunscritas às organizações académicas. A panóplia de instituições envolvidas e a crescente exploração do conhecimento fora do ambiente controlado do laboratório criaram novas necessidades de regulação entre o interesse público do conhecimento, o seu impacto social e os interesses económicos. Controvérsias em torno das alterações climáticas, do desenvolvimento das novas biotecnologias, ou mesmo da identificação e análise da crise económica, são evidência destas tensões.

    As controvérsias sociotécnicas, com uma dimensão científica e pública, têm vindo a evidenciar a necessidade de outras formas de intermediação com a ciência. Neste contexto, conhecimentos locais, envolvendo atores externos à esfera da instituição científica e formas de conhecimento baseadas na experiência, têm vindo a ganhar novo reconhecimento e a demonstrar a sua importância na análise e processo de decisão, complementando o contributo dos “peritos”. Têm-se vindo assim a desenvolver formas alternativas de governação, fomentando a participação pública dos cidadãos e o debate com cientistas. Estas experiências tornam claro que uma nova forma de legitimidade e autoridade da ciência se deverá basear não na sua demarcação mas, sim, em novas formas de comunicação entre a ciência e a sociedade.

     

    Tiago Santos Pereira 

    Observatório sobre Crises e Alternativas
    Centro de Estudos Sociais
    da Universidade de Coimbra
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