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    A imigração ganhou visibilidade e importância no panorama português nos anos 1990/2000 com o aumento do número de entradas e a diversificação da origem dos imigrantes, não mais exclusivamente provindos das ex-colónias portuguesas. O novo mapa geopolítico europeu e mundial desenhado após a queda do muro de Berlim e do colapso soviético, bem como a simultânea dinamização da economia portuguesa, sobretudo no setor da construção civil, trouxeram a Portugal um número nunca visto de imigrantes. Em 2010, a população imigrante representava 4,3% da população residente em Portugal e em 2011 o saldo migratório ainda apontava para uma maior entrada do que saída de pessoas no país.

    No presente momento histórico, esta tendência está a ser alterada pelo contexto de crise nacional e pelo crescimento económico de países como
    o Brasil e Angola ou dos países do Leste europeu, que atraem de volta muitos imigrantes, como aliás também emigrantes portugueses, como é o caso dos dois países citados. O aumento do desemprego, a precariedade do trabalho e o decréscimo da economia, em contraste com o crescimento de alguns dos países de origem dos imigrantes, está a conduzir a uma verdadeira hemorragia de mão-de-obra em Portugal. Tal como esta mão-de-obra foi importante para garantir um crescimento económico nas últimas décadas, também a sua ausência terá um grande impacto neste contexto de crise financeira, não contribuindo para o atenuar dos seus efeitos. Este é um dos indicadores mais fortes da economia real portuguesa: o saldo migratório negativo que se pode atingir em 2012 revela a fragilidade da nossa economia. Acresce às consequências económicas o embate das políticas de austeridade nas políticas de integração dos imigrantes, com o possível apontar de culpas, em tempos onde o emprego e o trabalho rareiam, aos que «vêm de fora ocupar os postos dos portugueses», potenciando o recrudescimento de atitudes discriminatórias.

    Não haverá diálogo intercultural que resista à crise económica, com os consequentes problemas sociais, nem uma convivência harmoniosa entre as diferentes comunidades se não houver uma intervenção política forte.

     

    Elsa Lechner 

    Observatório sobre Crises e Alternativas
    Centro de Estudos Sociais
    da Universidade de Coimbra
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