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    A Universidade sempre ofereceu, nos vários cantos do mundo, saídas para as dificuldades, fossem da democracia, fossem dos problemas dos pobres ou até mesmo das minorias. É verdade, porém, que isso aconteceu, tendencialmente, em alturas em que a Universidade não estava em crise. E em momentos em que, paradoxalmente, era frequentada pelos filhos daqueles a quem a crise, por regra, não afetava, pelo menos de forma aguda. A questão que se coloca é a de saber como pode agora a Universidade oferecer saídas para a crise quando ela própria atravessa uma crise profunda.

    Na generalidade dos países desenvolvidos, os sistemas universitários cresceram fortemente nas últimas décadas do século XX. A passagem da Universidade de elites para a Universidade de massas e, depois, para a Universidade dita universal levou a que a que as dificuldades pessoais dos que a frequentam sejam também as dificuldades da própria Universidade. Tendo uma cobertura universal, a Universidade tende a refletir o mundo como ele é. Neste contexto, a Universidade parece ser hoje vítima do seu sucesso enquanto instituição de referência das sociedades contemporâneas. Repositório de grandes esperanças, apresenta-se hoje como símbolo de grandes desilusões, ao ponto de a crise que afeta a sociedade parecer resumir-se, recorrentemente, à crise da Universidade.

    A questão do emprego, que é uma das dimensões mais visíveis da crise, e em relação à qual a Universidade sempre foi encarada como solução, agrava a sua agonia, que até nesse domínio deixou de ser uma solução com garantias. A capacidade em contribuir para o reforço e a reconstrução da democracia, colocando-a ao serviço do desenvolvimento, é outra dimensão da crise da Universidade. Tomada pelas políticas neoliberais, esta tem vindo a consolidar-se num sistema dual. Para alguns, os que dispõem de condições financeiras ou disponibilidade para se endividar, funcionando como as multinacionais, continua a oferecer oportunidades vantajosas; tão mais vantajosas que são cada vez mais raras. Para outros, a custos mais baixos, oferece o prestígio social que o canudo ainda tem ou a porta aberta da fuga para a frente. Produzir mensagens inteligíveis, quer para a sociedade em geral, quer para quem governa, reinventando a democracia de modo a contribuir para a saída da crise é a urgência mais imediata da Universidade.

     

    Paulo Peixoto 

    Observatório sobre Crises e Alternativas
    Centro de Estudos Sociais
    da Universidade de Coimbra
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