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    Nascida nos anos 1930, a teoria crítica consolidou uma perspetiva sobre a sociedade e sobre a produção de conhecimento cujo impacto, mormente nas ciências sociais e nas humanidades, perdura até hoje. A teoria crítica teve origem na “Escola de Frankfurt” (uma escola de pensamento associada ao Instituto para a Investigação Social de Frankfurt, criado em 1923). A leitura crítica proposta por esta Escola, celebremente sintetizada por Max Horkheimer, preconizava a necessidade de uma ciência que, ao invés de se limitar a descrever a sociedade, estabelecesse um compromisso com um projeto de transformação social a bem da emancipação humana. Assim, no quadro de uma perspetiva que defi nia a objetividade do conhecimento pela assunção do lugar situado do investigador, perspetivava-se uma transformação global da sociedade que permitisse superar um statu quo marcado por condições de dominação. Tendo em Karl Marx a sua principal referência, a teoria crítica entreviu na alternativa marxista ao capitalismo a pedra de toque de uma tal transformação, ao mesmo tempo que desenvolvia uma leitura do marxismo oposta à vulgata soviética.

    O legado da teoria crítica é, no mínimo, paradoxal. Por um lado, a falência de uma teoria geral da transformação social, então corporizada no marxismo, viria a deixar órfão o pensamento crítico desejoso de horizontes de alternativa. Por outro lado, o apelo a um conhecimento comprometido marca decisivamente o emergir de uma teoria social crítica; não mais fundada em universalismos dualistas, mas capaz de visibilizar faces da dominação longamente negligenciadas: o racismo, o patriarcado, o colonialismo eurocêntrico, a subjugação das pessoas com defi ciência, etc.

    No atual cenário de crise, a teoria social crítica vive tremendos desafi os: apresentar propostas que não se limitem à defesa do statu quo ante a voracidade do capitalismo predatório; estabelecer traduções fecundas entre as diferentes formas de resistir à dominação capitalista no mundo; combater o silenciamento das faces da dominação secundarizadas pelo discurso economicista; e, finalmente, opor-se a lógicas de investimento na ciência que, premiando saberes submissos à ordem vigente, aniquilam a teoria empenhada na busca de alternativas.

    Bruno Sena Martins

    Observatório sobre Crises e Alternativas
    Centro de Estudos Sociais
    da Universidade de Coimbra
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