Os custos da maternidade e paternidade na perspectiva dos indivíduos, das organizações e do Estado

O facto da conciliação trabalho/família ter sido geralmente assegurada até agora pelas mulheres é apontado como o fundamento da desvalorização da mão-de-obra feminina verificada no mercado de trabalho e do alheamento masculino da prestação de cuidados no seio da família. Neste sentido, é possível afirmar que as mulheres e as entidades que as empregam têm suportado grande parte dos custos sociais da conciliação trabalho/família. Hoje em dia é consensual o reconhecimento de que há que operar mudanças profundas num modelo de protecção da maternidade e paternidade no trabalho, que concentram o essencial daquelas políticas.
O presente projecto pode contribuir para esse reequacionamento através da análise dos sistemas de protecção da maternidade e da paternidade em vigor no que respeita à avaliação: (i) dos seus efeitos ao nível da parcela de custos que cada parte suporta (mães, pais, empregadores/as e comunidade); (ii) do seu impacto em termos do modelo subjacente de relações sociais de sexo; (iii) do perfil que devem adoptar as políticas de protecção da maternidade e da paternidade que melhor promovam a igualdade entre mulheres e homens.