TROPO <br>Ontologias do Antropoceno em Portugal: movimentos sociais, políticas públicas e tecnologias emergentes

TROPO
Ontologias do Antropoceno em Portugal: movimentos sociais, políticas públicas e tecnologias emergentes

Período
15 de julho de 2018 a 14 de abril de 2022
Duração
45 meses
Resumo

Partindo da controversa emergência do Antropoceno, uma época geológica proposta para ilustrar as associações entre a ação humana e o ambiente, o projeto irá explorar um conjunto de dispositivos políticos e sociais para responder às alterações climáticas em Portugal, incluindo tecnologias controversas - a Geoengenharia - assim como movimentos sociais e mecanismos políticos focados na promoção de sociedades de baixo carbono.
Reconhecendo que diferentes tecnologias estão associadas a distintos projetos políticos, este projeto irá explorar as múltiplas dimensões do Antropoceno, investigando como a emergência de uma nova época geológica é acompanhada por tentativas para reconfigurar os sistemas sociotécnicos, visando evitar alterações climáticas potencialmente desastrosas. A investigação irá centrar-se na forma como o Antropoceno gera imaginários sociotécnicos heterogéneos e reconfigura a governamentalidade.
Nesse sentido, este projeto de investigação centra-se em três estudos de caso: a Geoengenharia: um conjunto de tecnologias emergentes que visam lidar com as alterações climáticas através da manipulação direta do sistema climático terrestre; a Rede Transição: um movimento social que emergiu em Totnes, Reino Unido, em 2006 e está agora disseminado em todo o mundo, com várias comunidades em Portugal, promovendo transições de baixo carbono para lidar com as alterações climáticas e o pico petrolífero; o Roteiro 2050, um conjunto de relatórios encomendados pela European Climate Foundation (ECF) e que visam uma redução significativa na emissão de gases poluentes até 2050.
Reconhecendo que os artefactos e as tecnologias têm 'políticas', este projeto irá analisar como práticas heterogéneas como geoengenharia, a captura e armazenamento de carbono e a permacultura são promovidas de forma ativa por distintos coletivos humanos (incluindo cientistas climáticos, ativistas ambientais e políticos) para lidar com as mudanças climáticas, comparando mecanismos futuristas, bottom-up e top-down para lidar com a crise ambiental atual.

Resultados

Os resultados do projeto irão incluir artigos científicos e apresentações em conferências nacionais e internacionais. O projeto também contempla a organização de uma conferência, de formas de envolvimento público com tecnologias de manipulação climática, caminhadas ecológicas e disseminação em escolas.

Investigadoras/es
Ana Raquel Matos
António Carvalho (coord)
Elaine Santos
Emanuele Leonardi
Joana Canelas
João Arriscado Nunes
Mariana Riquito
Stefania Barca
Vera Lúcia da Silva Ferreira
Palavras-Chave
antropoceno, alterações climáticas, sociedades de baixo carbono, ontologia
Financiamento
FEDER - Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional através do COMPETE 2020 - Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (POCI) e por fundos nacionais através da FCT - Fundação para a Ciência e a Tecnologia