O Rio Voador

Unidade Curricular: Desenho II – Curso de Arquitetura da FCTUC. Coordenação de António Olaio e Pedro Pousada


Catálogo da Exposição
 

Montagem da Instalação, a exibir no Museu da Água coordenada por António Olaio e Pedro Pousada, realizada pelos alunos do Departamento de Arquitectura da FCTUC.

 

 
     

O RIO VOADOR é um projeto que resulta em duas exposições. A segunda, exposição de artistas plásticos (com a participação de Francisco Queirós, Gonçalo Pena, Inês Botelho, Miguel Palma, Pedro Cabral Santo, Pedro Cabrita Reis, Pedro Tudela, Pedro Valdez Cardoso, Rodrigo Oliveira), acontecerá em março, na Sede do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra. A primeira encontra no Museu da Água lugar e contexto conceptual. 
Neste museu, na própria proximidade do rio Mondego, as peças desta exposição podem surgir com sendo seu eco e deriva. 
Os trabalhos realizados pelos alunos de Arquitetura e de Design e Multimédia da Universidade de Coimbra encontram diferentes formas de responder a este repto. Os alunos de Desenho II, do curso de arquitetura (trabalhos coordenados pelos professores António Olaio e Pedro Pousada), criaram uma peça suspensa estendendo-se longitudinalmente na sala de exposições do Museu da Água, azul, linear, como abstração ou síntese da ideia de rio, feita da junção de peças criadas individualmente por cada aluno. Este “rio voador”, assim autonomizado, nasce da ideia de um rio que concentra em si as próprias margens, síntese da ideia de que um rio inclui as suas margens. E, na contaminação da ideia de arquitetura, este rio é um rio construído. Solidez tornada líquida, fluida, nestas formas que se estendem como um rio. 
E, nas paredes da sala de exposição, os trabalhos dos alunos dos cursos de Design e Multimédia: Os alunos de Desenho e Representação (trabalhos coordenados pela professora Alice Geirinhas), em papel recortado, fazem eco do curso linear deste rio imaginado, em silhuetas que se espelham como margens que se refletem, mas o reflexo é outra coisa, num rio que cria a sua própria realidade. Os alunos de Estudos de Composição (trabalhos coordenados pelo professor António Olaio), em imagens projetadas, mostram-nos a abstração do fluir de letras que, em vez de produzir texto, significado, produzem o sentido de um fluxo de formas. Evocando o sentido de um discurso, mas sendo sobretudo exploração plástica de uma condição pré-discursiva, da plasticidade pura do pensamento. De facto, em qualquer produção plástica, a essência é sempre o pensamento. 
E, aqui, o pensamento encontra na ideia de rio uma tradução simbólica eloquente. No rio onde nos podemos espelhar para nos vermos, reconhecermos, mas em imagens cujos contornos se tornam mutáveis, dinâmicos, por força da superfície de um espelho em permanente movimento.