EVENTOS

 

 

Seminário e apresentação do livro "The Portuguese Massacre of Wiriyamu in colonial Mozambique 1964-2013"

Mustafah Dhada (CES/California State University, Bakersfield)

24 de novembro de 2015, 15h00, Sala 1, CES-Coimbra

 

Enquadramento

Em seu profundo e convincente estudo sobre o, talvez, masi famoso dos massacres coloniais portugueses, Mustafah Dhada explora as seguintes questões: porque o massacre ocorreu; como era Wiriyamu antes do massacre; como os acontecimentos se desdobraram; como viemos a saber sobre o massacre e quais foram os seus impactos, particularmente para o império português. Abrangendo o período de 1964 a 2013 e trazendo um prefácio de Peter Pringle, este livro reúne os resultados de um longo trabalho de campo, entrevistas e fontes de arquivo para colocar firmemente o massacre em seu contexto histórico.

 

Nota Biográfica

Mustafah Dhada é Investigador Associaood do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e Professor de História da Califórnia State University, Bakersfield, EUA. Também é autor de "Warriors at work" (1993).

 

 

Colóquio Internacional 40 anos de independência de Moçambique: que futuro para o passado?

2 de julho de 2015, 09h30, Sala 1, CES-Coimbra

Enquadramento

No decurso da sua curta história, o Estado moçambicano tem prosseguido uma política de construção da nação que consigna a adoção de uma história oficial baseada em memórias públicas (e intensamente publicitadas) sobre o seu passado colonial, tanto o distante como o recente. Este Estado procurou eliminar ou tornar invisíveis a diversidade de memórias geradas pelo longo período de complexas interações sociais entre colonizadores e colonizados no decurso do colonialismo português. E isto significou que uma vez mais a opção recaiu mais sobre o silenciamento de histórias – e da história – do que sobre uma discussão de argumentos e troca profícua de experiências. Este silenciamento, porém, nunca foi completamente conseguido, sobretudo nos últimos anos. Diferentes perspetivas de várias organizações e indivíduos que se têm feito ouvir com uma cada vez maior insistência e urgência permitiram a emergência de histórias alternativas junto da opinião pública, embora restritas e/ou censuradas.

Neste colóquio procuraremos analisar os debates contemporâneos sobre Moçambique, um estado nação pós-colonial, cujo estudo abre campo para problematizar as opções e as raízes das razões que transformam a delimitação de fronteiras e as políticas de pertença e cidadania em espaços de conflito aberto.

Inscrições gratuitas, mas obrigatórias.

 

XII CONLAB

01 a 05 de fevereiro de 2015 - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa

Organizada pela Associação Internacional de Ciências Sociais e Humanas em Língua Portuguesa – AILPcsh, esta edição do Congresso Luso-Afro-Brasileiro procura refletir sobre o tema "Imaginar e Repensar o Social: Desafios às Ciências Sociais e Humanas nos Espaços de Língua Portuguesa, 25 anos depois".
Buscando responder a estes desafios Maria Paula Meneses, em parceria com  Teresa Cruz e Silva (Universidade Eduardo Mondlane, Moçambique) e Omar R. Thomaz (Universidade Estadual de Campinas, Brasil), coordena o Grupo de Trabalho "GT79: Violências, ruturas e transformações políticas nos países africanos de língua oficial portuguesa".

Resumo GT79

A narrativa e a memória suscitam importantes debates epistemológicos sobre o tema das transformações políticas. Os organizadores deste GT, a partir de estudos que tem vindo a realizar, propõem indagar e debater pistas de trabalho que contribuam para: a) ampliar e (re)situar as ciências sociais no séc. XXI, problematizando as micronarrativas históricas instituídas; b) a construção de um paradigma sobre a especificidade das transformações e ruturas fruto de luta armada; c) discutir a especificidade dos ‘novos’ projetos nacionalistas que surgiram e os conflitos de poder que acabam por configurar e desfigurar identidades sociais e políticas. Convidam-se pesquisadores de várias disciplinas e escolas.

O prazo para submissão de resumos de comunicações para este e outros Grupos de Trabalho encerra dia 18 de agosto de 2014.

 

IX Congresso Ibérico de Estudos Africanos | CIEA9

11 a 13 de setembro de 2014 - CES, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

Enquadramento

Tendo como tema África Hoje – tempos e espaços de transformação, este congresso procura refletir sobre as mudanças que ocorreram no contexto africano de expressão ibérica nos últimos 40 anos, que marcam a emergência de cinco novas nações independentes e a etapa do processo colonial em África. Estes processos revolucionários, guerras e episódios de violências e as transições democráticas vão marcar de formal indelével o espaço ibérico – Europa, Américas e Africa, abrindo sucessivos processos de libertação e democratização. Este fórum interdisciplinar explorará as ligações transnacionais, as vozes globais e as práticas cartográficas de poder que se foram desenvolvendo ao longo destas últimas quatro décadas nos espaços heterogéneos que são os países africanos de língua oficial portuguesa e as suas ligações ao resto do mundo.

O congresso procurará ampliar a discussão sobre o colonialismo, nacionalismo, descolonização, projetos nacionais, neocolonialismo, mas também o capitalismo, transições democráticas, etc. na construção destes países.

Veja aqui os resumos das comunicações apresentadas nos vários Painéis Temáticos/Grupos de Trabalho.

 

Lançamento do livro "As guerras de libertação e os sonhos coloniais"

3 de abril de 2014, 18h30, Almedina Atrium Saldanha (Lisboa)

Sinopse: Mais de 50 anos após o início da Guerra Colonial portuguesa e das lutas de libertação, permanece ainda um vasto manto de interditos. O presente livro reúne contribuições de vários autores que se propuseram a mergulhar em arquivos largamente desconhecidos do grande público. Através das suas contribuições ficamos a saber o que foi o Exercício Alcora - uma aliança secreta estabelecida entre a África do Sul, a Rodésia e Portugal -, consideramos a complexidade das dinâmicas geoestratégicas no contexto da Guerra Fria, os duradouros contornos da violência armada e as incidências o processo de descolonização. Longe de histórias celebratórias e de memórias autocomplacentes, os autores percorrem as insuspeitas latitudes de um mapa secreto tardiamente imaginado por sonhos coloniais.


Sessão integrada no Ciclo de Lançamentos/Debates CES/Almedina "Lugares do Pós-Colonial" (Março-junho de 2014).

 

Seminário: Alcora: o segredo de uma aliança da guerra colonial à atualidade

11 de janeiro de 2011, 15.00, Sala de seminários (2º piso), CES-Coimbra

Resumo  

Nesta apresentação discutir-se-á os contornos e as implicações do “Acordo de Alcora”, uma aliança, nunca publicamente reconhecida, que Portugal estabeleceu com a África do Sul e com a Rodésia durante a Guerra Colonial.   

 

Ciclo: 1961: o ano de todos os perigos

19 de fevereiro a 10 de dezembro de 2011, Picoas Plaza, Rua de Viriato 13, Lj 117/118, CES-Lisboa

 

Enquadramento

O ano de 1961 foi, para o regime salazarista, o ano de todos os perigos, vindo a revelar-se como o annus horribilis do ditador. Em distintos contextos, múltiplos acontecimentos marcariam esse ano, prenúncio do final do regime colonial-fascista português. Porque uma das linhas de orientação temática do CES aposta no aprofundar do conhecimento sobre o espaço de expressão portuguesa – e sobre as suas ligações históricas – este conjunto de sessões procura refletir sobre um espaço unido por várias histórias e lutas. 

 

Ciclo de Cinema e Debates: Encontros com a História 

22 de março a 19 de julho de 2011, 17h30, Mosteiro de Santa Clara-a-Velha ; Casa das Artes (Ass. Fila K) 

Enquadramento

A década de 60 inaugurou um novo momento político em África. Todavia, as transições para as independências foram acompanhadas, em vários casos, por situações de extrema violência, reflexo quer da complexidade política presente, quer da intolerância imperial. É objetivo deste ciclo (Iº semestre de 2011) ver e discutir estes filmes como testemunho político da construção do projeto das independências africanas, abrindo pontes para uma análise mais profunda dos vários sujeitos que estes ‘encontros com a história’ procuram resgatar.

 

Curso de Formação:

Arquivos do Silêncio: Estilhaços e Memórias do Império

16 e 17 de junho de 2011, Picoas Plaza, R. Tomás Ribeiro,65, CES-Lisboa


Resumo

O tema da Guerra Colonial tem vindo a conhecer novas revelações suscitando debates sobre o sentido desta guerra e das lutas nacionalistas, associadas aos processos de independências em meados dos anos 70. Questionar o colonial implica o levantar de inúmeras questões, quer nos espaços metropolitanos imperiais, quer nos vários contextos colonizados. A luta pela independência de Angola, da Guiné e de Moçambique esteve intimamente ligada a outros processos geopolíticos, a apoios do continente africano e à luta contra o fascismo em Portugal. Esta senda anticolonial envolveu a rejeição da discriminação racial e das fronteiras sulcadas pelo imperialismo num apelo à conjugação de esforços para resistir à opressão colonial e fascista, transformando-as numa causa única contra um opressor comum. Esta relação obriga a repensar o tempo da história e a própria História.
O ritmo crescente das polémicas associadas a este conflito opõe-se todavia ao ritmo lento da constituição de saberes académicos. Este curso procura cruzar olhares e perspetivas sobre a última etapa da história colonial de Portugal, abrindo portas para uma análise mais profunda dos vários sujeitos e narrativas que este violento processo encerrou em si, integrando oradores com diferentes percursos.

 

Workshop: Quem é o Inimigo? Anatomias de Guerras Revolucionárias

18 de Janeiro de 2013, Picoas Plaza, R. Tomás Ribeiro,65, CES-Lisboa

Enquadramento

Esta oficina, que decorrerá durante um dia, examinará a centralidade do discurso sobre o ‘inimigo’ ao nível da análise da construção de sociedades cuja história recente está marcada por episódios de extrema violência. Combinando problemáticas teóricas e metodológicas e apoiada nos textos nacionalistas, a oficina procura ampliar a leitura sobre como a produção de conhecimento, as culturas de legalidades, a política e a luta pelos direitos humanos se (re)constroem no presente do continente africano.