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Quem canta de novo L'Internationale?
Francisco de Oliveira - Brasil

O capítulo estrutura-se em seis partes, brevemente sumariadas. Em "A ampla 'guerra de movimentos'", examina-se a fase de renascimento do sindicalismo brasileiro, ainda mesmo no período da ditadura militar de 1964-84. Na "guerra de posições", a análise se detém na intensa "guerra de desgaste" travada com a ditadura militar, quando aparecem os primeiros sinais de crise no "fordismo periférico". Um interessante diálogo entre o "novo sindicalismo" e a oposição política à ditadura, cauciona com os dados da realidade a crítica ao "modelo"brasileiro de crescimento empreendida desde sempre pela oposição política.

Em "Da guerra de posições ao assalto aos céus: prolegómenos da contra-hegemonia," o foco é centrado na característica anti-hegemónica que começa a se formar com a inviabilização, pela mobilização sindical, da política económica da ditadura. "O assalto aos céus: a câmara do setor automotivo" trata do momento em que o sindicalismo baseado nos trabalhadores das grandes montadoras de automóveis ousa propor uma política industrial alternativa à regulação pelo mercado. Uma extraordinária conjunção de processos, de um lado a capacidade demonstrada pelo movimento sindical, de outro a avassaladora globalização e a opção do novo governo brasileiro por uma política de abertura, leva ao que se chamou o "deslizamento totalitário neoliberal e a reinvenção democrática", em que a "caixa de Pandora" da desregulamentação neoliberal quase inexoravelmente desemboca no paroxismo da erosão do Estado com a tentativa de enquadrar os movimentos sindicais e políticos de oposição ao novo esquema de poder, uma "exceção permanente".

Por fim, o capítulo se dedica a perguntar se as novas propostas do sindicalismo chamado "cutista", a central sindical de oposição, configuradas num contrato nacional metalúrgico, tem possibilidades de implantação, remando contra a maré do desmonte do Estado, da Federação e da superfluidade dos sindicatos. É possível cantar de novo a Internacional num canto da periferia capitalista ?

 
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