EN PT
  • Quem somos
  • Como observamos
 
  • Identidade
  • Ideologia
  • Imigração
  • Impostos
  • Indignados
  • Individualismo
  • Indústria
  • Indústrias culturais
  • Inovação
  • Insegurança
  • Insolvência
  • Investimento
  • Irlanda
  • Islândia
  • Itália
EN PT
  • Quem somos
  • Como observamos

Contactos
Av. Defensores de Chaves, nº16, cave dtª 1000-117 Lisboa, Portugal
Tel. +351 211 353 775

 

A crise atingiu a Itália de formas idênticas às de outros países, cruzando-se ao mesmo tempo com traços nacionais distintos. Também em Itália se estabeleceu um novo Governo, liderado pelo tecnocrata Mario Monti e apoiado por uma vasta coligação de esquerda-centro-direita, que começou a pôr em prática o “rigor orçamental”. O sistema de pensões foi “reformado” e estão a caminho mais intervenções. Apesar da mão pesada do Governo, Monti continua a ser popular entre os italianos. Uma das razões é que Monti trouxe aos italianos sobriedade e reputação depois do (aparente) fim do desacreditado e decadente regime de Sílvio Berlusconi. Outra razão é que o Governo se apresentou como um paladino de um liberalismo justo e meritocrático, que a Itália nunca conheceu e que apela a diferentes setores da sociedade italiana. O Governo começou a combater a evasão fiscal com iniciativas fortemente mediatizadas e a atacar o corporativismo, promovendo a liberalização de determinadas profissões e setores da economia. Por fim, invocou um novo Estado social – o da fl exigurança, de tipo escandinavo –, constituindo-o como parte do seu plano para redefinir o mercado de trabalho.

O discurso mobilizado nesta intervenção tem-se centrado na importância dos jovens para o futuro do país, nos aspetos positivos de uma vida laboral ativa e diversificada, e no valor da autonomia e do empreendedorismo. No entanto, faltam os meios para se instituir um Estado social universal, e a dependência da família, que o Governo por vezes ridicularizou, poderá continuar a ser essencial para os desempregados de todas as idades.

À medida que a imagem positiva da Itália, projetada pelo Governo, se for esbatendo, ou que os seus custos económicos e sociais (para não falar das implicações culturais) se tornarem evidentes, a insatisfação e o protesto poderão emergir. Nessa altura, os partidos políticos vão querer entrar em cena e liderar. A crise pode estar a redefinir a economia, o Estado social e a política de Itália, mas o final deste processo continua a ser pouco claro.

 

Michele Grigolo

Observatório sobre Crises e Alternativas
Centro de Estudos Sociais
da Universidade de Coimbra
CES | LISBOA
Av. Defensores de Chaves
n.º16, cave dtª
1000-117 Lisboa,
Portugal
Tel +351 211 353 775
CES | ALTA
Colégio de S. Jerónimo
Apartado 3087
3000-995 Coimbra,
Portugal
Tel +351 239 855 570
CES | SOFIA
Colégio da Graça
Rua da Sofia nº 136-138
3000-389 Coimbra,
Portugal
Tel +351 239 855 570