EN PT
  • Quem somos
  • Como observamos
 
  • Paraísos fiscais
  • Parcerias público-privadas
  • Património
  • Patronato
  • Pensamento único
  • PIB
  • PIGS
  • Pobreza
  • Poder local
  • Poesia
  • Políticas públicas
  • Portugal
  • Poupança
  • Precariedade
  • Primavera Árabe
  • Privatização
  • Produtividade
  • Promessa
  • Propriedade Intelectual
  • Protesto
EN PT
  • Quem somos
  • Como observamos

Contactos
Av. Defensores de Chaves, nº16, cave dtª 1000-117 Lisboa, Portugal
Tel. +351 211 353 775

 

A noção de precariedade trará certamente, a qualquer um/a, a ideia de fragilidade, e é precisamente disso que se trata. Acentuado pela “crise internacional” (que tem sido essencialmente das economias ocidentais), o discurso do poder político neoliberal e do patronato conservador vem afirmando a necessidade de flexibilização da economia, de forma a aumentar a sua competitividade, por via da flexibilização do trabalho e do emprego.

Tal discurso esconde o facto de a dita flexibilização da economia ter acarretado uma progressiva precarização do trabalho e do emprego, em prol do lucro fácil. Nestes termos, a precariedade do trabalho remete para as condições do exercício da atividade, sendo mais precária a atividade pobre em conteúdo, sem interesse, desqualificada, rotineira, com pouca autonomia, mal paga e pouco reconhecida. Já a precariedade do emprego refletirá o grau de formalização contratual e estabilidade do exercício da atividade, sendo precário o emprego instável e inseguro, sem perspetivas futuras, económica e socialmente vulnerável. A progressiva união destas duas formas de precariedade, aliadas à ideologia individualizante, desvinculação de pertenças coletivas e desmantelamento do Estado Social, gera a efetiva precariedade social.

Assim, em nome do combate ao défice, à dívida e pelo aumento da competitividade, mas na verdade pelo lucro, cada vez mais a sociedade passa a servir a economia e não o contrário. No entanto, ao contrário do discurso dominante, tal não é uma inevitabilidade: a estruturação das relações de trabalho resulta da relação de forças entre capital e trabalho, em torno do Estado. Se atualmente tal relação tem beneficiado o capital, cujo poder sobre o Estado tem apoiado a precarização, a única alternativa é a resistência do trabalho. E essa resistência passa, necessariamente, pelo reforço da sua coesão interna e solidariedade coletiva, ou seja, pelo reforço e articulação do seu poder coletivo: dos sindicatos, associações e movimentos de trabalhadores.

 

Alfredo Campos 

Observatório sobre Crises e Alternativas
Centro de Estudos Sociais
da Universidade de Coimbra
CES | LISBOA
Av. Defensores de Chaves
n.º16, cave dtª
1000-117 Lisboa,
Portugal
Tel +351 211 353 775
CES | ALTA
Colégio de S. Jerónimo
Apartado 3087
3000-995 Coimbra,
Portugal
Tel +351 239 855 570
CES | SOFIA
Colégio da Graça
Rua da Sofia nº 136-138
3000-389 Coimbra,
Portugal
Tel +351 239 855 570