Novas Poéticas de Resistência: o século XXI em Portugal

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Resumo do Projecto

 

Novas Poéticas de Resistência:

o século XXI em Portugal

 

Este projecto usa a palavra “poética” a partir da sua raiz etimológica: o primeiro fazer da primeira forma – dar forma a partir da raiz do som. Como diz o poeta e principal teórico da L=A=N=G=U=A=G=E School, Charles Bernstein, a linguagem é “a primeira coisa forjada”, a primeira extensão da forma do corpo: uma cópia e uma ilusão.

A partir desse primeiro momento, aquilo a que chamamos o real não é mais do que um real humana e socialmente “forjado”: um artifício cuja artificialidade se transforma em “objectividade fantasma” (Michael Taussig).
 

Tendo como cerne estas “formas de forjar o mundo”, este projecto procura as formas contra-hegemónicas deste fazer na linguagem.

Isto significa que se centra em políticas de linguagem através da observação de alguns discursos que, das suas margens, produzem o centro, ao mesmo tempo que o desafiam e lhe resistem: “servindo o que não é” (Dante), re-inventando e investigando os violentos territórios do excesso (Jean-Jacques Lecercle) onde se encontram todas as formas da linguagem do desaprovado, do improvado e do ainda por provar (Susan Howe).

As “novas poéticas de resistência” residem nesse território fundador e nas suas infinitas possibilidades: em formas literárias experimentais e transformadas pelas novas tecnologias; em inevitáveis e impossíveis esforços da tradução; no conhecimento da incompletude de uma hermenêutica dia(multi)tópica (Sousa Santos) exigida pelo multiculturalismo, o bilinguismo e trajectórias migratórias e multi-étnicas; numa pesquisa epistemológica baseada na procura permanente de linhas de fuga (Deleuze e Guattari) que levam a práticas descentradas e nómadas de desterritorialização das palavras e das identidades por elas forjadas.

A memória biográfica surge aqui como evento da “escrita do corpo”, referência histórica e motor de identidades híbridas em que crenças multiculturais e a saudade acendem a imaginação e se transformam em elementos significativos de uma cultura portuguesa dinâmica que hoje enfrenta os novos desafios impostos pela globalização.

Tentaremos participar numa epistemologia de presenças e ausências (Sousa Santos) oferecida pela transversalidade dos diferentes saberes.
 

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