Esta investigação versou um tema pouco estudado no país e cuja carência de dados objectivos se tem traduzido numa enorme distância entre o direito oficial e as representações sociais do direito e da justiça na área da saúde reprodutiva. Precisamente por serem escassas as análises sociológicas sobre os direitos reprodutivos na sua generalidade, foi necessário identificar e caracterizar os actores, suas concepções e condutas sociais e dar conta dos factores que contribuem para explicar as diferentes concepções de justiça associadas ao exercício (individual e colectivo; privado e público; rural e urbano) da saúde reprodutiva em Portugal. Mais especificamente este projecto pretendeu fazer uma recolha e leitura dos estudos realizados nesta área noutros pontos geográficos do globo, investigar sistematicamente as concepções de saúde reprodutiva das mulheres portuguesas e seus impactos nas representações sociais do direito e da justiça e na conduta social por elas regida e, finalmente, proceder à elaboração de propostas de intervenção social baseada no conhecimento obtido.