A obra aborda em detalhe o nascimento da Frente de Libertação de Moçambique, a coragem das pessoas que a constituíram e o que criaram para além dela. “O projeto de sociedade da FRELIMO foi definido e sintetizado nos Estatutos e Programa aprovados no I Congresso, em Dar-es-Salaam, de 23 a 28 de Setembro de 1962.” “Em resumo, o projeto de sociedade tinha cinco eixos: a própria organização e funcionamento da Frente, salientando-se o Comité Central, isto é, a liderança; envolvimento da sociedade moçambicana na prossecução dos objetivos a curto, médio e longo prazos, isto é, a cidadania; a luta armada a médio e longo prazos, isto é, a libertação; o desenvolvimento da consciência de ‘povo moçambicano’, onde se destacam militantes da FRELIMO (jovens e mulheres) e a ausência de referência ao poder tradicional, isto é, as forças motoras da sociedade; as relações internacionais com os movimentos das colónias portuguesas, os países africanos, as organizações internacionais e colaterais.” Eduardo e Janet Mondlane criaram o Instituto Moçambicano com vista a poder instruir os jovens moçambicanos que assim o desejassem, visto que todas as outras opções estavam vedadas à maioria. “A partir de 1969, o discurso oficial da FRELIMO é marcadamente revolucionário e começam a emergir ideais socialistas que orientam a organização dos centros de decisão e das unidades de ensino, em particular os conceitos de ‘sociedade nova’ e de ‘homem novo’.”