Novas Poéticas de Resistência: o século XXI em Portugal

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daniel matos




UM ENGOMADOR DE OVOS ATENTA NO FERVOR

DE UM CONTRABAIXO A NASCER POR ENTRE ONDAS DE CHUVA

AMARRADA

                            OS CAVALOS NUPCIAIS ROEM NAS CORDAS AOS OSSOS,

ESCORREGA-LHES A CARNE

PARA OS PÁRA-QUEDAS EM FILA

  • DESFIBRAM À BAINHA VERMELHA DE UMA GALÁXIA

 

 







água

                                                        pianotada

                            à nudez :

a fazer-se

tecido ao fundo

de imagem – máscara húmida sobre luz interna

-. de espelhos a arderem diante da brutalidade da matéria

em fuga pela desOrdem dO Tempo.

              roda

um ramo de ondas do corpo.

desce

o bailarino na coreografia da paisagem de um ramo

de máscaras.

desce,

os pés sobre os mapas de desenho ;

todo o movimento impressivo de uma pintura na ausência

coreografada.

pela energia viva dos espelhos vivos,

pela energia viva dos espelhos de osso – película

do movimento com o seu traço espelhado

da água atravessada ao Tempo. o mesmo plano da água

                                                        na recolha de imagens pianotadas ao fundo,

              com o desenho da dança ao alto. ramo de ondas dos espelhos

para a vida, ramo de ondas a volver à morte -.

dança corrosiva

sobre o álbum autofotográfico

ao movimento dos objectos diante de reflexos em fogo –

              a percussão de imagem a imagem. o mapa percutor

                                                                                    de toda a energia

da imagens -. campo cinematográfico

ao abrir-se o sal,

a flamejar o corpo entre as ondas abertas

das máscaras.

caverna da ausência

para o dançarino do fogo

centrado

                                                        ao sopro

do movimento entre irradiação de imagens -.

mãos nas tintas                            arrancadas               aos mapas

de desenho

para a dança de toda a matéria

toda – ao vento : pista animal

                            da fuga à paisagem

                            para uma exposição à vertigem da nudez :

                            por arcos de palavras,

                            por ramos de tintas (a)os espelhos a serem trabalhados

                                                                      - : película

                            meta-orgânica em infusão a toda a Física,

                            a Quântica mercuriada – a forma ao ritmo

                                                                      de uma expiração instrumentada

                            à origem. Música. da pedra à água progressiva ao fundo

                            do campo de imagem.

              ou que, como dizer, que entre o mais alto e profundo ritmo capsular

                                                                                                                da pele - :

a fonte

                            motriz

                            da matéria à ordem esferiaçada.

                                                        uma dinâmica

                                          inventiva na dinâmica de ebolição

              de uma palavra. a massa expansiva – dos espelhos

                            Voltados –

 






Daniel Matos, nascido em 1975, Oliveira do Hospital / Coimbra. Reside actualmente, e ja há vários anos, em Sion, na Suiça.
Frequentou a Oficina de Poesia ( tendo feito parte do grupo inicial antes ainda da existência da Oficina de Poesia como curso livre da FLUC ) durante vários anos, grupo com o qual mantém ainda contacto.
Publicou um livro de poesia "POEIRA CORPO", 2007, Palimage.

 


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