EN PT
  • Quem somos
  • Como observamos
 
  • Défice (orçamental)
  • Deficiência
  • Democracia
  • Demografia
  • Depressão
  • Desemprego
  • Desigualdade
  • Deslocalização
  • Direito
  • Direitos
  • Direitos Humanos
  • Discriminação
  • Dívida
EN PT
  • Quem somos
  • Como observamos

Contactos
Av. Defensores de Chaves, nº16, cave dtª 1000-117 Lisboa, Portugal
Tel. +351 211 353 775

 

Nos Estudos da Deficiência existem diversas definições e modelos, com potenciais de emancipação distintos para as pessoas com deficiência. No caso do modelo médico ou individual de deficiência, esta é entendida como uma consequência direta da incapacidade. A única “esperança” para um corpo “diferente” reside no tratamento médico e nos serviços de reabilitação geridos por profissionais. A deficiência é, assim, o resultado de um corpo “imperfeito” e as pessoas com deficiência apresentam-se como dependentes e passivas face às suas biografias.

A crescente politização das pessoas com deficiência no Reino Unido e nos EUA e a formação de organizações de pessoas com deficiência politicamente comprometidas permitiram a emergência de uma visão alternativa da deficiência – o modelo social. De acordo com esta nova perspetiva, a deficiência não é criada pela incapacidade, mas pela sociedade através das barreiras sociais, culturais e físicas que ergue. Este entendimento da deficiência representa uma viragem, ao recentrar a intervenção na sociedade e não no indivíduo. A necessidade de conciliar estes dois modelos deu origem ao que se designa por modelo biopsicossocial, mediante o qual a deficiência resulta das condições de saúde e do contexto de vida de cada indivíduo. Esta perspetiva tem servido de alicerce a muitas das políticas sociais mais recentes, sem todavia se traduzir num impacto real na vida das pessoas com deficiência.

A influência do modelo médico e a ênfase em fatores médicos e individuais, dominante nas políticas sociais na área da deficiência, têm constituído entraves à emancipação das pessoas com deficiência. Num contexto de crise económica, tal ênfase torna-se ainda mais problemática. A ausência de políticas de cariz estrutural capazes de eliminar as barreiras físicas e culturais à cidadania das pessoas com deficiência, bem como a redução dos direitos sociais utilizados como forma de assegurar uma igualdade de oportunidades, relegam as pessoas com deficiência para situações de extrema pobreza e exclusão social.

 

Fernando Fontes 

Observatório sobre Crises e Alternativas
Centro de Estudos Sociais
da Universidade de Coimbra
CES | LISBOA
Av. Defensores de Chaves
n.º16, cave dtª
1000-117 Lisboa,
Portugal
Tel +351 211 353 775
CES | ALTA
Colégio de S. Jerónimo
Apartado 3087
3000-995 Coimbra,
Portugal
Tel +351 239 855 570
CES | SOFIA
Colégio da Graça
Rua da Sofia nº 136-138
3000-389 Coimbra,
Portugal
Tel +351 239 855 570