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A criatividade é vista normalmente como pertencendo à esfera individual ou como característica de grupos restritos de artistas. Mas, na realidade, ela manifesta-se sempre em interação com o todo social. Nessa medida, a crise atual, ao ser capaz de se infiltrar nas subjetividades dos artistas, ao poder atingi-los na esfera mais íntima, pode ter efeitos destrutivos, provocar angústias, dúvidas, sofrimentos e conduzir ao desânimo. Mesmo sabendo-se que muitos artistas foram capazes de criar, desde obras de arte, até obras de vida, nas mais adversas circunstâncias históricas.

A crise atual do capitalismo coloca vários desafios aos artistas que vivem e fazem o seu trabalho nos países das periferias europeias. Uma das suas vertentes é o avanço da ofensiva contra a participação do Estado no apoio às artes minoritárias, visando diminuir essa participação e considerar o mercado e os seus critérios como os únicos relevantes. Esta posição, que se vem manifestando há décadas, segue em paralelo com os ataques ao Estado Social europeu e pode traduzir-se no aumento do peso da indústria cultural de massas, dominada amplamente pelos Estados Unidos. Nem todas as práticas artísticas têm o mesmo grau de mobilidade e de independência. Quanto menor for o número de pessoas envolvidas, maiores serão as possibilidades de inventar soluções. Mas o desafio em questão passará inevitavelmente pela criação de novos contextos de trabalho, de novas redes, de novas formas de enquadramento institucional e, forçosamente, por uma elevada capacidade de autorreflexão: Qual é o meu lugar neste mundo? De que forma o meu trabalho se pode relacionar com as pessoas, o que é que eu posso fazer, organizar, criar, incentivar ou inventar nessa direção?

Certamente que haverá lugar para o protesto, a reivindicação justa, a reclamação do direito à presença no espaço público, para além daquilo que é fornecido em pacotes pela indústria cultural hegemónica. Mas este tipo de ação, o protesto, ganhará se for acompanhado pela autorreflexão crítica e produtiva e pelo contributo ativo para a formulação de alternativas.

 

António Pinho Vargas

Observatório sobre Crises e Alternativas
Centro de Estudos Sociais
da Universidade de Coimbra
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