PTENES
A 2ª Escola de Verão ALICE - Epistemologias do Sul: Boaventura de Sousa Santos em diálogo com ALICE irá decorrer entre 22 e 30 de junho, 2016 na Curia (Portugal). Para informações sobre esta escola clique aqui.

O que distingue a nossa Escola?

 

A Escola de Verão nasce das Epistemologias do Sul, uma proposta epistemológica que assenta no combate ao desperdício de experiência resultante da dominação epistémica que rotula como irrelevante o que não cabe no cânone estreito do conhecimento moderno. Gerada no desafio do diálogo entre saberes, faz parte do ambicioso projeto de construir uma cartografia mais emancipatória, onde caibam línguas faladas, histórias, opções políticas, resistências e lutas excluídas das narrativas oficiais ou classificadas como inferiores e irrelevantes.

Propomos diversidade e unidade. Por um lado, reconhecemos as extraordinárias diferenças que compõem o Sul global ao nível macro e micro e sabemos que insistir no singular é sempre adiar o reconhecimento da diversidade epistemológica do mundo. Trazemos experiências e saberes de África, da América Latina, da Ásia. Por outro lado, estamos convictos de que a experiência colonial comum permite a constituição de um Sul global, onde a condição pós-colonial se impõe cada vez mais na análise e na caracterização das condições políticas específicas.

Esta Escola de Verão funcionará como um laboratório convivial, em que participantes com diferentes origens e experiências e académicos/as de contextos e áreas temáticas diversas procurarão respostas para as lutas emergentes. Partindo de pistas e desafios levados pelos professores/as, e num espirito de partilha de saberes, sempre crítico, pretende-se ampliar as perspetivas, expandir os debates e chegar coletivamente mais longe.

O imaginário epistemológico presente nesta Escola de Verão extravasa o registo científico convencional. Reconhecendo a existência de conhecimento para lá das paredes da academia, pretende-se que a produção artística desafie a imaginação política e a criatividade subversiva, procurando ampliar os sentidos do mundo. Nesse sentido, este curso é também feito de arte, e de experiências de sabores. Os momentos que extravasam os espaços convencionais de aula serão tão importantes quanto os seminários. Tal como os coordenadores de seminários, os artistas deverão desafiar os participantes e inspirá-los a sonhar coletivamente e a explorar a alquimia inquietante da arte e da justiça social.

Propomos dez dias de construção coletiva, compostos por diferentes momentos, que incluem seminários, oficinas de dança, sessões de cinema, conversas informais, espaços de lazer, e desafios gustativos, todos eles relevantes para a construção coletiva de um conhecimento mais plural e inclusivo, com a justiça social como horizonte.