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Nos últimos vinte anos, a dimensão e o significado social que os movimentos migratórios de saída registaram contrastaram com a produção social e política da ausência da emigração portuguesa e, em especial, dos fluxos emigratórios. Considerada uma característica do passado e associada a uma realidade marcada por baixos níveis de desenvolvimento, a emigração difi cilmente se enquadrava na narrativa do desenvolvimento económico e social corrente durante este período. Imaginando-se um país do centro, Portugal excluiu-se do grupo de países de emigração. Os dados estatísticos disponibilizados pelos países de acolhimento mostram, contudo, que, desde meados da década de 1980 e, sobretudo, nos primeiros anos do novo milénio, se intensificaram os fluxos de saída dos portugueses (que atualmente rondarão entre 70 000 e 100 000 por ano), surgiram novos destinos (Angola, Brasil, Reino Unido), desenvolveram-se destinos tradicionais da emigração (França e Suíça) e diversificaram-se os perfis migratórios.

Esta diversificação constitui uma marca diferenciadora dos movimentos emigratórios atuais, percetível através do desenvolvimento e combinação de formas de mobilidade e da modificação das características sociodemográficas dos emigrantes, em especial da crescente participação de mulheres e da maior qualificação. Embora continue a ter forte significado a emigração de cidadãos com poucas qualificações e a inserção profissional nos países de destino não se proceda, frequentemente, em conformidade com as qualificações de origem, a maior qualificação dos emigrantes atuais surge como o aspeto mais mediatizado.

A existência de emigrantes com maior nível de qualificação constitui um reflexo quer das alterações registadas nos níveis gerais de escolarização da população portuguesa, quer da insuficiência do mercado de trabalho nacional em integrar pessoas com níveis de qualificação elevados, quer, ainda, da opção deliberada por uma carreira profissional no exterior. Uma característica que tem a virtualidade de poder contribuir para a aquisição de experiência internacional e para a inserção deste grupo em redes de investigação e/ou profissionais internacionais, mas que, a manter-se, poderá contribuir para subtrair ao país uma geração de jovens altamente qualificados e, deste modo, limitar as suas possibilidades de desenvolvimento futuro.

 

José Carlos Marques 

Observatório sobre Crises e Alternativas
Centro de Estudos Sociais
da Universidade de Coimbra
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