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O campo semântico da noção de empreendedorismo é bastante diversificado, e tem sido muito instável ao longo do último século. Tanto pode remeter-nos para uma situação na “profissão” ou para uma atitude. No primeiro caso, remete-nos para a categoria das pessoas que criam o seu próprio emprego ou das que possuem empresas; no segundo, para a atitude marcada pelas capacidades e conhecimentos postos ao serviço dos negócios. Mais recentemente, tem vindo a afirmar-se a noção de que o empreendedorismo designa a capacidade de detetar e aproveitar oportunidades de negócio. Segundo o fundador dos estudos sobre o empreendedorismo, Schumpeter, a inovação é uma componente fundamental daquela capacidade. É também de inspiração schumpeteriana a noção, amplamente promovida pelas organizações internacionais ligadas ao desenvolvimento e transposta para as políticas ativas de emprego em muitos países, de que o empreendedorismo está na base das mudanças económicas mais importantes, alterando o sistema económico a partir do seu interior. A atual crise reforçou a retórica acerca dos seus importantes benefícios, económicos e sociais, salientando que este não se limita a ser uma força que leva à criação de emprego, à competitividade e ao crescimento, mas que também contribui para a realização pessoal dos indivíduos e para alcançar objetivos de maior inclusão e coesão social.

O empreendedorismo tem vindo, assim, a ser transformado na panaceia que solucionará os graves problemas do desemprego desencadeados pela crise, através das políticas de apoio ao empreendedorismo de base tecnológica e de inovação, e que atenuará os impactos da crise através das iniciativas solidárias do microempreendedorismo, do empreendedorismo social e do empreendedorismo económico solidário. É certo, no entanto, que a reestruturação económica em curso favorece o aparecimento de iniciativas individuais, formais ou informais, e que essas atividades desempenham um papel de algum relevo, quer na adaptação às crises, quer na sustentação da coesão social.

Tudo pesado, tudo leva a crer que a retórica do empreendedorismo e a tónica nas oportunidades de negócio produzidas pelas crises reforcem de forma clara o mito da autorrealização e do individualismo.

 

Mónica Lopes 

Observatório sobre Crises e Alternativas
Centro de Estudos Sociais
da Universidade de Coimbra
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