EN PT
  • Quem somos
  • Como observamos
 
  • Ecologia de saberes
  • Economia popular
  • Economia Solidária
  • Economia verde
  • Emigração
  • Empreendedorismo
  • Emprego
  • Energia
  • Enobrecimento urbano
  • Escola pública
  • Espaço público
  • Espanha
  • Especulação
  • Estado de exceção
  • Estado-Providência
  • Ética (nos negócios)
  • EUA
  • Euro
  • Euro-obrigações
  • Excecionalismo norte-americano
EN PT
  • Quem somos
  • Como observamos

Contactos
Av. Defensores de Chaves, nº16, cave dtª 1000-117 Lisboa, Portugal
Tel. +351 211 353 775

 

O excecionalismo norte-americano refere-se à crença dos Estados Unidos da América na sua singularidade e missão universal. Presente na visão da «cidade no cimo do monte» do sermão puritano, na caracterização otimista de Alexis de Tocqueville em Democracia na América (1831), na celebração poética de Walt Whitman, persiste até hoje como instrumento eficaz da hegemonia.

À noção de excecionalismo associam-se outras expressões de cunho nacionalista e contorno religioso como o “Destino Manifesto”. Com elas se justificaram guerras, anexação de territórios e outras intervenções imperialistas. Esta «nação entre as nações» invoca Deus para justificar ações militares agressivas ou o uso de armas nucleares, «em defesa da democracia», mesmo que o seu verdadeiro fito sejam os mercados para a exportação, a exploração de mão-de-obra barata, o domínio de pontos geopolíticos estratégicos ou o controlo do petróleo. Entrou tardiamente na 1.ª Guerra Mundial, donde saiu enriquecida; após a 2.ª, partiu à conquista de mercados para o seu enorme excedente de produção, transformando o imperialismo territorial num imperialismo económico. Todavia, a razão da escalada de riqueza e poderio dos EUA não reside numa superioridade intrínseca e natural, de fundamento religioso, nem na superioridade moral da sua democracia, como querem os adeptos do excecionalismo, mas nas condições históricas favoráveis que o seu modelo capitalista encontrou.

Apesar da aparente falta de popularidade desta conceção para o americano culto, o certo é que o excecionalismo americano serviu os propósitos da divisão maniqueísta entre democracia e comunismo durante a Guerra Fria e ainda hoje se reflete na facilidade com que os EUA empurram a responsabilidade da atual crise económica para a Europa, enjeitando o seu próprio papel. É também o excecionalismo que justifica que os EUA se assumam como polícia do mundo e principal garante da segurança do Ocidente na batalha contra o terrorismo, afirmando-se acima das normas legais e éticas aceites por outras nações.

 

Isabel Caldeira

 

 

Observatório sobre Crises e Alternativas
Centro de Estudos Sociais
da Universidade de Coimbra
CES | LISBOA
Av. Defensores de Chaves
n.º16, cave dtª
1000-117 Lisboa,
Portugal
Tel +351 211 353 775
CES | ALTA
Colégio de S. Jerónimo
Apartado 3087
3000-995 Coimbra,
Portugal
Tel +351 239 855 570
CES | SOFIA
Colégio da Graça
Rua da Sofia nº 136-138
3000-389 Coimbra,
Portugal
Tel +351 239 855 570