Ciclo de Cinema

Cenas do CES II

4 de abril a 30 de maio de 2011

Casa das Artes da Fundação Bissaya Barreto, Av. Sá da Bandeira, 83, Coimbra

Programa

Todos os filmes às 21h30*


Local : Fila K - Casa das Artes da Fundação Bissaya Barreto, Av. Sá da Bandeira, 83, Coimbra

 

Abril:

Dia 4 : LA VIDA LOCA de Christian Poveda ¬ Comentadora: Sílvia Roque

Sinopse: Em El Salvador, dois gangs estão em guerra. São as chamadas Maras: a Mara 18 e a Mara Salvatrucha. Este novo flagelo mundial,  caracterizado por uma violência cega, destrói os princípios democráticos e condena à morte uma juventude privada de qualquer esperança. Christian Poveda pagou com a sua vida esta reportagem excepcional, sem concessões, sem preconceitos,  levada a cabo no seio da violência de um dos gangs. La Vida Loca é um filme repleto de humanidade, de uma força perturbadora. 


Dia 11: FANTASIA LUSITANA de João Canijo ¬ Comentadores: João Canijo e Marta Araújo

Sinopse: A propaganda imaginada e imaginária do salazarismo, durante a II Grande Guerra, pregava a proeza de uma neutralidade devida ao génio de Salazar. Segundo a propaganda, que proclamava a ausência da guerra no meio da guerra, mesmo com o fluxo de refugiados que chegava a Lisboa, Portugal era um «oásis de paz» totalmente alheio a uma guerra que só dizia respeito aos outros e que só afectava os portugueses na medida das dificuldades de sobrevivência. A propaganda, elevada a extremos de inefável caricatura pelo talento natural de António Lopes Ribeiro, ajudou a criar uma espécie de inconsciência protectora que seria cómica se não fosse trágica.


Dia 18: DOMESTIC VIOLENCE de Frederick Wiseman ¬ Comentadora: Ana Oliveira *[Excepcionalmente inicia às 21h00]

Sinopse: Realizado por Frederick Wiseman, o documentário Domestic Violence reproduz uma crua visão da intervenção policial a situações de violência doméstica e do trabalho de uma estrutura de acolhimento para mulheres e crianças vítimas. Filmado em Tampa, na Florida, o documentário expõe os contornos dramáticos do crime de violência doméstica.

Maio:

Dia 2: 6=0 HOMEOSTÉTICA de Bruno de Almeida ¬ Comentador: Pedro Portugal

Sinopse: Documentário sobre o movimento Homeostética, que surgiu em Lisboa nos anos 80 e foi constituído pelos artistas Fernando Brito, Ivo, Pedro Portugal, Pedro Proença, Manuel João Vieira e Xana. Utilizando o humor como estratégia de demarcação crítica, a Homeostética manteve sempre uma posição marginal, e desenvolveu uma intensa produção que resultou em exposições, textos, manifestos, filmes, concertos e outras performances colectivas. Discretos nas suas realizações e desprezando a sua própria glorificação, para os homeostéticos o sentido da vida encontrava-se na criação artística e a criação artística, por sua vez, permitia-lhes inventar novas possibilidades de vida. 


Dia 9: 20,13 de Joaquim Leitão ¬ Comentador: Joaquim Leitão

Sinopse: No norte de Moçambique, a 24 de Dezembro de 1969, a Frelimo ataca um quartel português na noite de Natal. Durante o ataque a violência da guerra cruzar-se-á com a violência das paixões, e a coragem para desafiar a morte, com o medo para enfrentar a vida. 20,13 é um filme que aborda a violência da guerra, cruzando-a com temas ainda tabu, como a presença de mulheres em teatro de guerra ou o amor homossexual entre militares. 


Dia 16: AURORA de Murnau ¬ Comentador: Eduardo Basto

Sinopse: Um fazendeiro casado apaixona-se loucamente por uma sedutora mulher da cidade. Passa a ignorar a esposa e os filhos e gasta mais do que pode a tentar agradar a amante. Para que fiquem juntos, a amante sugere-lhe que mate a esposa, simulando um acidente e a tensão do filme cresce à medida que ele tenta pôr em prática o plano. Janet Gaynor ganhou o Óscar de Melhor Actriz na primeira gala do prémio, em 1929.  Aurora também obteve o primeiro Óscar de Melhor Fotografia.


Dia 23: THE TRIAL de Orson Welles - Comentador: António Casimiro Ferreira

Sinopse: Joseph K., um bancário burocrata, por razões que nunca chega a descobrir, acorda certa manhã e é preso, sendo sujeito a um longo e incompreensível processo por um crime que não lhe é revelado. Orson Welles aceitou o desafio de adaptar Kafka ao cinema e escolheu O Processo, para o fazer. A fotografia e o cenário do filme captam com maestria a atmosfera sombria da narrativa kafkaniana, embora o filme possua diferenças evidentes em relação ao livro. Entre outras, é na área do Direito que o livro e o filme encontram um espaço cativo para animados debates jurídicos.


Dia 30: CAGE/CUNNINGHAM de Elliot Caplan ¬ Comentadora: Oficina de Poesia/Graça Capinha

Sinopse: Trata-se de um revelador retrato fílmico das vidas de dois dos mais revolucionários e influentes artistas do século XX: o compositor e poeta John Cage (1912-1992) e o coreógrafo e bailarino Merce Cunningham (1919 - 2009). Neste documentário, Caplan combina sequências filmadas durante um período de oito anos, material de arquivo sobre os artistas e entrevistas com alguns dos mais destacados colaboradores na obra de ambos. Aqui são exploradas a filosofia e a arte dos dois artistas, havendo espaço para os seus testemunhos pessoais.

Nota: Entrada livre.