Enquadramento

Os momentos de crise são sempre momentos de ressurgência da problemática do desemprego nas agendas políticas e de investigação. No entanto, as experiências do desemprego continuam a ser a face oculta das estatísticas do desemprego. Quando se fala de desemprego são os números que ocupam a linha da frente. Números que assustam e que pouco ou nada dizem sobre as vivências concretas de situações de desemprego.
 
A perda de emprego pode surgir em períodos diferenciados da vida activa; fazer parte de um percurso profissional acidentado ou representar uma novidade; abrir novas oportunidades ou desembocar em sucessivos impasses; significar novos rumos profissionais ou que se abdique definitivamente de uma experiência profissional; implicar que sejam a precariedade, a instabilidade, a incerteza a abrirem-se como destinos ou que se renuncie definitivamente a reintegrar o mercado de trabalho; ser vivido num vazio de direitos ou com acesso às prestações de desemprego; com apoio familiar ou sem ele … A perda de um emprego possui, em suma, efeitos diferenciados em razão do modo como afecta diferentes vidas.

Num contexto de crise económica e de reestruturação do regime de protecção na eventualidade de desemprego, o “Saberes em Diálogo” assume a necessidade de dar voz a um leque diversificado de intervenientes, peritos e leigos, que, perante a questão “Como se (sobre)vive com o desemprego?”, revelem outras formas de apreender o fenómeno do desemprego, em geral, e a questão das experiências do desemprego, em particular. 

Programa

Intervenções de:
Carlos Jerónimo, Reformado da Indústria Têxtil
Cristina Milagre, Coordenadora da ANQ, Departamento de Coordenação e Gestão da Rede de Centros de Novas Oportunidades
Fátima Carvalho, Sindicalista
Jorge Caleiras, Sociólogo
Pedro Jorge Pereira, Activista e trabalhador independente
Rosa Rodrigues, Produtora de agricultura biológica

Intervalo

Debate com Painel de convidados/as e público assistente. Moderação: Pedro Araújo