Sessão cinematográfica

"Mourir à Madrid"

16 de maio de 2011, 17h00

Sala de seminários (2º piso), CES-Coimbra

Filme: “Mourir à Madrid” de Frédéric Rossif
[França,1963, 82 minutos]

Sinopse: Produzido em França em 1963, este filme-documentário sobre a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), é ainda hoje uma das mais marcantes obras cinematográficas acerca deste conflito. Narrado em francês, Mourir à Madrid apresenta imagens impressionantes da guerra que dilacerou Espanha e que abriu caminho à ditadura de Franco.

Comentadores:
Manuel Loff – Lecciona História Contemporânea na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde é Professor Associado e membro do Departamento de História e Estudos Políticos e Internacionais. É investigador do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa. É autor, entre outros, de «O nosso século é fascista!» O mundo visto por Salazar e Franco (1936-1945) (Porto: Campo das Letras, 2008) e de Salazarismo e Franquismo na Época de Hitler (1936-1942). Convergência política, preconceito ideológico e oportunidade histórica na redefinição internacional de Portugal e Espanha (Porto: Campo das Letras, 1996).

Rui Bebiano – Historiador, professor da FLUC e investigador do CES. Participou na década de 1980 na renovação dos estudos barrocos. Em 1997 doutorou-se com a tese A Pena de Marte. Discurso da guerra em Portugal e na Europa entre os séculos XVI e XVIII, Prémio de Defesa Nacional. Trabalha actualmente em temas de história do presente, em particular no campo das construções utópicas, das práticas de exclusão e silenciamento, e das representações contemporâneas do passado. Publicou, em 2003, O Poder da Imaginação. Juventude, Rebeldia e Resistência nos Anos 60. Mais recentemente saíram Anos Inquietos. Vozes do Movimento Estudantil em Coimbra (1961-1974) (em co-autoria com Manuela Cruzeiro), Do Activismo à Indiferença. Movimentos Estudantis em Coimbra (em co-autoria com Elísio Estanque), e Outubro, um livro sobre o imaginário e o impacto simbólico da Revolução Russa de 1917. É colaborador regular da revista LER.


Enquadramento de “Violência, Memória e Pós-Memória: Ciclo com Cinema dentro

 Nos últimos anos, a perspectiva da vítima e as questões ligadas ao que recentemente se tem vindo a chamar de "pós-memória" ganharam uma importância crescente na abordagem das violências. A Lei da Memória Histórica, em Espanha, foi apenas um último exemplo deste debate, particularmente relevante em territórios nos quais se produziram mudanças políticas que desocultaram ou judicializaram processos de violência realizados a coberto do poder estatal. No entanto, a problematização da violência à luz da (memória da) vítima e dos reflexos familiares, sociais ou políticos que a partir dela perduram não se circunscreve apenas aos contextos da transformação política mais visível, mas antes convoca a uma reflexão mais ampla sobre direitos humanos e democracia, justiça e impunidade, memória individual e memória social. Numa organização conjunto do CES e da CULTRA, o ciclo sobre "Violência, Memória e Pós-Memória" pretende fazê-lo a partir de três filmes sobre três diferentes realidades temporais e geográficas - a guerra civil espanhola e o franquismo, o colonialismo e o pós-colonialismo a partir da presença portuguesa em África, a violência pós-ditatorial no Brasil - servindo a mesa-redonda final para dar corpo a uma reflexão mais funda sobre o tema.

 

Organização: