Mesa-Redonda

Mesa-Redonda sobre Violência, Memória e Pós-Memória

19 de maio de 2011, 17h00

Sala de seminários (2º piso), CES-Coimbra

Intervenientes: António Sousa Ribeiro, Susana Sousa Dias e Miguel Cardina

António Sousa Ribeiro – Professor na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e investigador no Centro de Estudos Sociais. Tem publicado extensamente sobre temas de literatura de expressão alemã (com especial incidência em Karl Kraus e na modernidade vienense), literatura comparada, teoria literária, estudos culturais, estudos pós-coloniais e sociologia da cultura. Entre as suas actuais áreas de interesse, destacam-se os estudos sobre literaturas e culturas de expressão alemã, a literatura comparada, os estudos pós-coloniais, os estudos de tradução, os estudos sobre o Modernismo e estudos sobre temas de violência, cultura e identidades. Tem-se dedicado também à tradução literária (p.ex. Karl Kraus, Os últimos dias da humanidade, Lisboa, Antígona, 2003).

Susana Sousa Dias – É realizadora e docente universitária. Mestre em Estética e Filosofia na Arte e licenciada em Artes Plásticas-Pintura, fez o curso de Cinema na Escola Superior de Teatro e Cinema e frequentou a Escola de Música do Conservatório Nacional. Actualmente desenvolve um doutoramento (Paris e Lisboa) no domínio das relações entre Cinema e Arte Contemporânea, com especial incidência no tema do arquivo. É docente na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Em 2001 fundou a companhia de produção Kintop. A sua primeira longa metragem, Natureza Morta-Visages d'une Dictature (Prémio Atalanta, DocLisboa 2005 e Merit Prize, Taiwan IDF 2006,) esteve presente em festivais e mostras nos cinco continentes.
48, o seu último filme, foi galardoado com os seguintes prémios:  Grand Prix Cinéma du Réel 2010, Prémio FIPRESCI (Dok Leipzig), Opus Bonum Award (IDF Jihlava), Grande Prémio Cidade de Coimbra (Caminhos do Cinema Português), Prémio D. Quijote e uma Menção Especial do Júri (IDF Pamplona 2011).
Natureza Morta | Stillleben (instalação em três ecrãs, Festival Temps d'Images, Museu do Chiado 2010-2011) é a sua obra mais recente.

Miguel Cardina – Investigador do Centro de Estudos Sociais, pós-doutorando no Instituto de História Contemporânea da FCSH/UNL e membro da Cultra. Tem trabalhado sobre temas relacionados com as oposições ao Estado Novo e com as relações entre história, memória e oralidade. Defendeu recentemente a sua tese de doutoramento, centrada na análise das organizações e do imaginário da extrema-esquerda maoísta em Portugal entre 1964 e 1974. Publicou A Tradição da Contestação. Resistência Estudantil em Coimbra no Marcelismo (Coimbra, Angelus Novus, 2008) e A Esquerda Radical (Coimbra, Angelus Novus, 2010).


Enquadramento de “Violência, Memória e Pós-Memória: Ciclo com Cinema dentro

Nos últimos anos, a perspectiva da vítima e as questões ligadas ao que recentemente se tem vindo a chamar de "pós-memória" ganharam uma importância crescente na abordagem das violências. A Lei da Memória Histórica, em Espanha, foi apenas um último exemplo deste debate, particularmente relevante em territórios nos quais se produziram mudanças políticas que desocultaram ou judicializaram processos de violência realizados a coberto do poder estatal. No entanto, a problematização da violência à luz da (memória da) vítima e dos reflexos familiares, sociais ou políticos que a partir dela perduram não se circunscreve apenas aos contextos da transformação política mais visível, mas antes convoca a uma reflexão mais ampla sobre direitos humanos e democracia, justiça e impunidade, memória individual e memória social. Numa organização conjunto do CES e da CULTRA, o ciclo sobre "Violência, Memória e Pós-Memória" pretende fazê-lo a partir de três filmes sobre três diferentes realidades temporais e geográficas - a guerra civil espanhola e o franquismo, o colonialismo e o pós-colonialismo a partir da presença portuguesa em África, a violência pós-ditatorial no Brasil - servindo a mesa-redonda final para dar corpo a uma reflexão mais funda sobre o tema.


Organização: