Gender workshop

Assexualidade: de orientação invisível a reivindicação identitária

Rita Alcaire (CES)

30 de outubro de 2014, 17h00

Sala 2, CES-Coimbra

Resumo

A(s) assexualidade(s) têm sido objecto de crescente atenção nos últimos anos, tanto na literatura académica e científica como nos media. Estes trabalhos focaram-se amplamente em dois conjuntos específicos de questões: etiológicas - relativos à assexualidade como uma condição subjacente - ou hermenêuticas - relativas ao sentido que a assexualidade tem para aquel@s que se auto-identificam como tal. Outras características específicas e muito actuais desta(s) realidade(s), que são de igual forma estudos de casos significativos e importantes para pessoas que se auto-identificam como assexuais, começam só recentemente a ser debatidas.

Nesta sessão, iremos discutir conjuntamente a ‘assexualidade’ em várias facetas: como uma identidade como uma orientação sexual e como uma plataforma para organização comunitária.

Para tal, percorremos a ‘história assexualidade’, a constituição de uma comunidade online e a consequente mobilização por direitos, as lutas travadas contra a patologização médica, as iniciativas de sensibilização e visibilização junto do público em geral, assim como a tentativa de encontrar aceitação no movimento LGBTQ.

O contexto português será também discutido, a partir do projecto de doutoramento ‘The Asexual Revolution – discussing asexuality in Portugal through the lens of Human Rights’, orientado por Ana Cristina Santos (CES).

Por fim, tentaremos conjuntamente pensar na questão: o que têm o movimento assexual e o movimento feminista a aprender um com o outro?
 

Nota Biográfica

Rita Alcaire -
Antropóloga. Doutoranda em Human Rights in Contemporary Societies e Mestre em Psiquiatria Cultural. Tem como temas de eleição identidade(s), sexualidade(s) e ‘popular culture’ (cinema, televisão e música). O seu percurso profissional e académico tem sido uma resposta às diversas inquietações que lhe têm surgido em torno dessas áreas de interesse, a que se junta o vídeo como uma das formas privilegiadas de as trabalhar.

Correalizou com Rodrigo Lacerda os documentários Filhos do Tédio (2006), Breve História do Rock de Coimbra (2010), O Pessoal do Pico Toma Conta Disso (2010), Um Quarto no Éter (2011), Filarmónicas da Ilha Preta (2011) e Das 9 às 5 (2011). A estes trabalhos junta-se Para-Suicídio Pop (2008), realizado inicialmente para o cumprimento da parte curricular do Mestrado. Tem várias obras publicadas, das quais se destacam Filhos do Tédio; o número especial do Magazine de Artes de Coimbra, que coordenou; o capítulo "Traçar a Memória do Concelho de Cantanhede" e Bandas Filarmónicas do Concelho de Cantanhede.

Levou a efeito vários projetos culturais, sociais e antropológicos, designadamente no âmbito da história oral e identidade.

Está neste momento a desenvolver, para o seu doutoramento, um projeto colaborativo de investigação-ação no âmbito da cidadania íntima e dos direitos sexuais.


Artigos em discussão
- Jay, David (2003) ‘A Look at Online Collective Identity Formation’, URL: http://www.asexuality.org/home/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1
- Przybyło, Ela. (2011), ‘Crisis and safety: the asexual in sexusociety’. Sexualities, 14 (4): 444-461.

[Quem desejar participar e ler previamente os artigos em discussão deverá enviar um e-mail para gw@ces.uc.pt]