Apresentação de livro

«Espectros de Batepá. Memórias e narrativas do "Massacre de 1953" em São Tomé e Príncipe» de Inês Nascimento Rodrigues

30 de junho de 2018, 16h00

Cena Lusófona, Pátio da Inquisição (Coimbra)

Enquadramento

Apresentação por Diana Andringa (CES) e Catarina Martins (CES/FLUC) e moderação de Bruno Sena Martins (CES). Debate com a presença da autora, seguido de DJ Set de João Gaspar com sonoridades de São Tomé e Príncipe. 

Sinopse
O massacre de 1953 em São Tomé e Príncipe é, em Espectros de Batepá, encarado não apenas como um evento histórico, mas como um evento cuja dimensão simbólica necessita de ser trazida para o centro da investigação. O ponto de partida do livro assenta, assim, na convicção de que, na impossibilidade de aceder totalmente ao que constituiu a experiência do massacre, é através da imaginação e das representações que se podem contar múltiplas memórias do evento, algumas que legitimam as narrativas públicas e/ou oficiais - ou que delas se aproximam através de versões seletivas do passado -, e outras que fazem parte de um processo mais inclusivo, em que se criam espaços discursivos, simbólicos e políticos que permitem articular memórias não-dominantes sobre os referidos acontecimentos. Estas linhas de narração e de interpretação do passado comportam, naturalmente, diversos silêncios e ausências que, neste caso, se vão manifestar simbólica ou literalmente através da figura do espectro. O que é que os espectros contam sobre as memórias de Batepá e sobre o colonialismo português nas ilhas? O que é que revelam sobre as relações de poder e sobre a sociedade colonial? O que é que os espectros dizem sobre identidades sociais e grupos marginalizados no arquipélago? Quem escreve o massacre e quem o comemora? Como são desenhados Portugal e São Tomé e Príncipe nestas representações? Estas são algumas das questões a que o presente livro procura responder.

Nota biográfica da autora
Licenciada em Jornalismo, com Mestrado em Estudos Artísticos e com 10 anos de experiência de rádio na RUC, Inês Nascimento Rodrigues é doutorada em Pós-colonialismos e Cidadania Global pelo CES/FEUC, com a tese que agora publica em livro. Investigadora do projecto CROME, coordenado por Miguel Cardina e financiado pelo Conselho Europeu de Investigação, tem diversas publicações, entre as quais se destaca o mais recente artigo “Descolonizar a fantasmagoria. Uma reflexão a partir do ‘Massacre de 1953’ em São Tomé e Príncipe” (2018). Os seus actuais interesses de investigação centram-se nos estudos da memória, nas teorias pós-coloniais e nos debates sobre a representação e comemoração das guerras coloniais e de libertação.

Evento coorganizado pelos projetos de investigação CROME - Memórias cruzadas, políticas do silêncio: as guerras coloniais e de libertação em tempos pós-coloniaisMEMOIRS - Filhos de Império e Pós-Memórias Europeias e pela Cena Lusófona.