Apresentação de livros

«As Voltas do Passado» de Miguel Cardina e Bruno Sena Martins (orgs.) e «Espectros de Batepá» de Inês Nascimento Rodrigues

11 de agosto de 2018, 22h00

43.ª Feira do Livro da Nazaré, Centro Cultural da Nazaré

Apresentação

A apresentação desta obra, com chancela das Edições Tinta da China, será efetuada por Miguel Cardina, Inês Nascimento Rodrigues e Vasco Martins (CES)

Colonialismo e Independências: As Memórias que Não se Podem Perder

Mais de 40 anos passados, o que sabemos sobre a guerra colonial e as lutas de libertação? O que se perdeu entre o silenciamento de amplas vertentes do conflito? Nos diferentes lugares, que memórias persistem da guerra que mudou a face de Portugal e que foi crucial para as independências de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe?
A partir das datas marcantes da fase final do colonialismo, dezenas de autores de diferentes áreas do conhecimento questionam a história e o legado desses tempos de mudança. Nestas voltas de um passado feito de momentos celebrados e de segredos incómodos, desenha-se um outro modo de contar a memória de uma guerra com muitos lados.
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Sinopse
«"As voltas do passado" é um livro sobre o lugar da memória e do esquecimento da guerra colonial e das lutas de libertação na definição do Portugal democrático e pós colonial, e na constituição dos antigos territórios africanos em estados independentes […]. Com efeito, uma coisa é lembrar a guerra na antiga metrópole, onde hoje figura como espectro de um império tutelado por um longo regime ditatorial, outra é lembrá la nas antigas colónias que, através dela, obtiveram a independência política […]. Os eventos selecionados têm em comum o facto de terem produzido um lastro memorial presente em discursos e monumentos públicos, em mobilizações sociais, em apropriações políticas, em silêncios mais ou menos persistentes que nos contam como se foram modelando as vidas futuras desses eventos passados.» [Introdução]. 

Textos de: Aida Freudenthal, Albert Farré, Aniceto Afonso, André Caiado, Amélia Neves de Souto, Ângela Campos, Ângela Benoliel Coutinho, Bruno Sena Martins, Carlos de Matos Gomes, Celeste Fortes, Cláudia Castelo, Cláudio Alves Furtado, Diana Andringa, Elsa Peralta, Fidel Reis, Gerhard Seibert, Helena Wakim Moreno, Inês Nascimento Rodrigues, Isabel Maria Cortesão Casimiro, José Neves, José Pedro Monteiro, Julião Soares Sousa, Justin Pearce, Leonor Pires Martins, Leopoldo Amado, Manuel Loff, Marcelo Bittencourt, Margarida Calafate Ribeiro, Maria Benedita Basto, Maria da Conceição Neto, Maria José Lobo Antunes, Maria Paula Meneses, Michel Cahen, Miguel Bandeira Jerónimo, Miguel Cardina, Miguel de Barros, Mustafah Dhada, Nélida Brito, Odete Semedo, Paulo Lara, Raquel Ribeiro, Redy Wilson Lima, Rita Rainho, Rui Bebiano, Sílvia Roque, Sheila Khan, Susana Martins, Teresa Cruz e Silva, Tiago Matos Silva, Vasco Martins e Verónica Ferreira

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Sinopse
O massacre de 1953 em São Tomé e Príncipe é, em Espectros de Batepá, encarado não apenas como um evento histórico, mas como um evento cuja dimensão simbólica necessita de ser trazida para o centro da investigação. O ponto de partida do livro assenta, assim, na convicção de que, na impossibilidade de aceder totalmente ao que constituiu a experiência do massacre, é através da imaginação e das representações que se podem contar múltiplas memórias do evento, algumas que legitimam as narrativas públicas e/ou oficiais - ou que delas se aproximam através de versões seletivas do passado -, e outras que fazem parte de um processo mais inclusivo, em que se criam espaços discursivos, simbólicos e políticos que permitem articular memórias não-dominantes sobre os referidos acontecimentos. Estas linhas de narração e de interpretação do passado comportam, naturalmente, diversos silêncios e ausências que, neste caso, se vão manifestar simbólica ou literalmente através da figura do espectro. O que é que os espectros contam sobre as memórias de Batepá e sobre o colonialismo português nas ilhas? O que é que revelam sobre as relações de poder e sobre a sociedade colonial? O que é que os espectros dizem sobre identidades sociais e grupos marginalizados no arquipélago? Quem escreve o massacre e quem o comemora? Como são desenhados Portugal e São Tomé e Príncipe nestas representações? Estas são algumas das questões a que o presente livro procura responder.
 

Organização: Biblioteca da Nazaré