Seminário

O impacto da crise nos sistemas de saúde de Espanha, Itália e Portugal

31 de janeiro de 2013, 14h30-17h30

Sala 1, CES-Coimbra

Oradores | José Maria Bleda Garcia (Docente da Universidade de Castilla La Mancha e Diretor da revista Praxis Sociológica), Marta Aguilar Gil (Docente da Universidade de Sevilla, Departamento de Ciências Sociais), Mauro Serapioni (CES) e Pedro Ferreira (Docente da Faculdade de Economia da UC e Diretor do Centro de Estudos e Investigações em Saúde) | Moderador: Pedro Hespanha (CES)


Resumo

Um dos traços distintivos do modelo de proteção social da macro região da Europa do Sul refere-se aos sistemas de saúde, que apesar da sua fragmentação institucional, são caracterizados por uma abordagem universalista. Os sistemas de saúde de Espanha, Itália e Portugal apresentam diversas características comuns, tais quais a não coerência entre as promessas universalistas dos SNS e as dificuldades financeiras encontradas no processo de implementação, a ineficiência e baixos níveis de competências gerências e o papel desenvolvido pelos recursos não profissionais nos sistemas de saúde. A pesar dessas limitações e dificuldades, nos últimos anos Espanha, Itália e Portugal alcançaram índices de esperança de vida e indicadores do estado de saúde que os colocaram nas primeiras posições em nível internacional.

Contudo, estes indicadores de saúde escondem situações de não homogeneidade interna como resultado das desigualdades tanto na distribuição de recursos materiais, edução e status social como no acesso ao cuidado de saúde. Todo isso produz, obviamente, disparidade de exposição aos principais fatores de risco para a saúde. Nesta situação, já bastante complexa, a redução do orçamento destinado aos sistemas de saúde públicos pode acentuar as desigualdades de saúde, reduzindo ulteriormente o acesso e a utilização de serviços preventivos e afetando ainda mais os sujeitos mais débeis. A partir dessa situação, neste seminário será analisado o impacto – quer os efeitos diretos de curto prazo e quer os efeitos indiretos de médio e longo prazo - da crise nos sistemas de saúde de Espanha, Itália e Portugal.

 

Nota: Atividade no âmbito do Núcleo de Estudos sobre Políticas Sociais, Trabalho e Desigualdades (POSTRADE)