CES Winter School

Resistências anticoloniais e racismo institucional

10 a 13 de novembro de 2022

Centro Cultural ESPACIO AFRO (C/ Cáceres, 49), Madrid [Espanha]

Corpo Docente

Silvia Rodríguez Maeso (Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra)
Doutora em Sociologia Política (Universidade do País Basco) e investigadora principal do CES, coordena o projeto POLITICS - “A política do (anti)racismo na Europa e na América Latina: produção de conhecimento, decisão política e lutas coletivas” (ERC, 2017-2022). O seu trabalho de investigação debruça-se nos âmbitos das teorias críticas sobre raça e (anti-)racismo e o pensamento decolonial, com ênfase na análise da relação entre poder e produção de conhecimento, políticas públicas e discurso socio-legal. Atualmente desenvolve a sua investigação em projetos colaborativos sobre racialização e segregação residencial, violência policial e políticas públicas em contextos europeus e latino-americanos.

João Vargas (University of California / San Diego)
Doutor e professor de Antropologia na University of California - Riverside. Suas publicações incluem Catching Hell in the City of Angels (2006), Never Meant to Survive (2008), State of White Supremacy, coeditado por Moon-Kie Jung e Eduardo Bonilla-Silva (2011), e The Denial of Antiblackness. Multiracial Redemption and Black Suffering (2018). Seu trabalho escrito é o resultado do engajamento de indivíduos e coletivos no combate à negritude de gênero. Ele se baseia em projetos colaborativos no Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador (no Brasil), e em Austin e Los Angeles (nos Estados Unidos). Os projetos se concentram e tentam propor alternativas para a dinâmica atual de morte social e morte física precoce por causas evitáveis. Essa dinâmica inclui a prisão de jovens e adultos, policiamento repressivo, escolaridade punitiva, híper segregação residencial, exposição a riscos ambientais e acesso bloqueado a cuidados de saúde e bem-estar. Explorando a possibilidade e os termos da colaboração entre negros e não-negros, os projetos visam contribuir para imaginação e prática de mundos onde as vidas negras sejam possíveis.

Danielle Pereira de Araújo (Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra)
Doutora em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas São Paulo (Brasil). Atualmente é investigadora em pós-doutoramento no projeto POLITICS, sediado no Centro de Estudos Sociais. É integrante do Núcleo Antirracista de Coimbra e da Coletiva Corpos Insubmissos. Tem interesses nos temas sobre políticas afirmativas, currículos universitários, antirracismo. Integrantes da Coletiva Corpos Insubmissos e do Núcleo Antirracista de Coimbra.

Luana Xavier Pinto Coelho (Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra)
Doutoranda em Direitos humanos e investigadora júnior no projeto POLITICS. Graduada em Direito (2005) e mestre em Desenvolvimento Urbano (2011). Atuou como advogada popular junto a movimento sociais urbanos e é conselheira da organização de Direitos Humanos Terra de Direitos (Brasil). Atualmente constrói o Núcleo Antirracista de Coimbra (Portugal).

Cayetano Fernández  (Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra)
Investigador júnior no Centro de Estudos Sociais (CES), atualmente integrado no projeto POLITICS. Tem trabalhado em várias investigações relacionadas com os ciganos em diferentes campos, como o acesso à educação, o processo de migração europeia, o papel histórico dos ciganos envolvidos na Guerra Civil Espanhola, e o estatuto contemporâneo da língua Cigana como construtor de identidade política entre os ciganos espanhóis. Atualmente está inscrito no Programa de Doutoramento “Direitos Humanos nas Sociedades Contemporâneas” na Universidade de Coimbra e o seu tema de investigação centra-se no racismo na Academia, em particular, no anti-ciganismo produzido no campo dos chamados Estudos Romanies. Anteriormente, como bolseiro de investigação, conduziu investigação no departamento de Estudos Nativos Americanos da Universidade Estadual de Montana (EUA) e no departamento de Sociologia e Antropologia Social da Universidade da Europa Central (Hungria). Atualmente, faz parte da organização descolonial romani Kale Amenge, um projecto que visa ligar a produção de conhecimento e a luta contra o anticiganismo.

Sebijan Fejzula  (Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra)
Investigadora júnior no projecto POLÍTICS - A política do anti-racismo na Europa e América Latina: produção de conhecimento, tomada de decisões e lutas colectivas, particularmente na corrente de investigação “Combater o racismo quotidiano: respostas à prática policial e representações/falas racistas nos meios de comunicação social” no Centro de Estudos Sociais e estudante de PHD no programa de doutoramento Direitos Humanos na Sociedade Contemporânea, Universidade de Coimbra. Atualmente, Sebijan é um dos fundadores da Kale Amenge, uma organização descolonial cigana que visa produzir conhecimentos críticos e confrontar narrativas e práticas racistas contra o povo cigano.

Houria Bouteldja
É membro fundadora do Parti des Indigènes de la république (Partido dos indígenas da República), membro político decolonial radicada na França. Ela escreveu vários artigos teóricos ou estratégicos sobre feminismo decolonial, racismo, autonomia e alianças políticas, bem como artigos sobre sionismo e filosemitismo estatal. Ela é a autora com Sadri Khiari de Nous sommes les indigènes de la république (Edições Amsterdam) e With Whites, Jews, and Us. Toward a Politics of Revolutionary Love (Semiotext(e)).

Akwugo Emejulu (University of Warwick)
Professor of Sociology at the University of Warwick. Fellow of the Academy of Social Sciences, a co-editor of Politics, Groups and Identities and an inaugural winner of the Flax Foundation's Emma Goldman Prize. Her research interests include the political sociology of race, class and gender and women of colour’s grassroots activism in Europe and the United States. Her work has appeared in the Journal of Ethnic and Racial Studies, Politics & Gender, Race & Class and the European Journal of Women’s Studies. Her co-authored book, Minority Women and Austerity: Survival and Resistance in France and Britain (2017, Policy Press) and Fugitive Feminism (2021, Silver books).

Malick Gueye (Sindicato de Manteros)
Tem uma longa história de activismo contra o racismo e pelos direitos dos migrantes e é membro e um dos porta-vozes do colectivo Manteros em Madrid. Um colectivo formado em 2010 para combater o racismo e para conseguir a descriminalização do seu modo de sobrevivência, a venda de produtos nas ruas.

SOS Racismo PT e ESP/Grupo Amiafro-Teatro Oprimido Lisboa/ Campanha Por Outra Lei da Nacionalidade, Portugal/ Kale Amenge, Sindicato de Manteros/ Colectivo Ayllu [participantes a ser confirmadxs]
Um dos objetivos da escola de Inverno é aprofundar o debate entre as agendas dos coletivos antirracistas e a produção académica. Para tal, realizar-se-á uma mesa redonda na qual serão convidados coletivos como o SOS Racismo de Espanha y Portugal (uma organização que tem vindo a desenvolver trabalho de advocacia e contencioso antirracista desde os anos 90), Kale Amenge (uma organização política decolonial romani que trabalha para construir o anti-racismo político e a autonomia dos movimentos racializados), Sindicato de Manteros (uma organização de vendedores de rua que enfrenta o racismo antinegro) ou Colectivo Ayllu (uma organização que reúne migrantes de Abya Yala para combater o racismo institucional e a supremacia branca); representantes da Campanha Por outra Lei da Nacionalidade em Portugal que tem lutado pela mudança política da legislação portuguesa sobre acesso à nacionalidade e aberto a discussão sobre lei e racismo; uma representante do grupo do teatro do Oprimido de Lisboa que trabalha com jovens negrxs de bairros da periferia de Lisboa.