Cescontexto-Debates

Debates nº 21

Debates nº 21

As casas vistas de dentro e de fora

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Organização
Data da Publicação
Julho de 2018
Resumo

Este volume disponibiliza as comunicações apresentadas na sessão intitulada “As casas vistas de dentro e de fora”, organizada em 12 de abril de 2018, pelo Doutoramento em Sociologia: Cidades e Culturas Urbanas e inserida na Semana Cultural da Universidade de Coimbra. Os textos, da autoria de docentes, investigadores/as e doutorandos/as do CES e da FEUC, repartem-se por três dimensões, ou “olhares”, sobre as casas:

Em primeiro lugar, surgem as casas vistas de “Dentro”. São as reflexões que “olham” para dimensões sensíveis do universo intra-doméstico como sejam, de um lado, a integração de equipamentos e tecnologias que, imparáveis, condicionam a interação familiar; de outro lado, a problematização de práticas familiares associadas ao cuidado prestado e à violência da violência doméstica.

Numa segunda secção, como se se tratasse de uma transição, como espelha o sub-título “Nem ‘Dentro’, ‘Nem Fora’”, surgem desafiadoras reflexões acerca de projetos que estudantes de doutoramento conhecem a partir de investigações que acompanharam. Uma primeira questiona sobre o que envolve a mudança de casa; a segunda, discute o processo que a tecnologia moderna introduz de se estar dentro e fora ao mesmo tempo; o terceiro texto problematiza a condição inesperada da expulsão de casa e de se ter que resistir, buscando uma morada alternativa, ainda que frágil e precária; por fim, em quarto lugar, há um convite a refletir sobre uma das dimensões tão importantes e tão menosprezadas da casa moderna que é a janela, vista como peça arquitetónica e dispositivo social.

Olhar a casa a partir de “Fora” é o tema agregador da última secção de textos. Quantos “foras” têm as casas? é o que resulta da leitura inicial da secção. De seguida, apresentam-se “casos” de passar a viver sem casa, em reflexão sociológica sobre os devastadores efeitos dos incêndios de 2017.  A relação da rua com a casa, sendo um tema clássico, recebe aqui uma renovada interrogação socio-antropológica. O mesmo se dirá do último texto desta secção que “despe” a casa e a torna objeto, também ele colocado à mercê dos novos modos e instrumentos de comunicação e controle dos espaços.

Enfim, apresenta-se aqui uma coleção de intrigantes pequenos textos. Tão intrigantes e desafiadores como o próprio mote desta Semana Cultural que recorreu à poesia de Ruy Belo – Oh, as casas, as casas, as casas…

Ah! Recorda-se daquela velha canção que começa “… as saudades que eu já tinha da minha velha casinha…”? É a nossa sugestão para envolver musicalmente a leitura deste volume da Cescontexto.