Exposição
Os Africanos em Portugal: História e Memória (séculos XV-XXI)
10 de janeiro a 23 de fevereiro de 2012
Biblioteca Joanina, Universidade de Coimbra
Inauguração da exposição dia 10 de janeiro, pelas 15h00, com a presença de Isabel Castro Henriques (Universidade de Lisboa), que efetuará visita guiada e a conferência Os «Patrimónios Comuns Afro-Portugueses»: influências, autonomias, ambiguidades identitárias.
Enquadramento
As relações de Portugal com outros homens, outras culturas, outros mundos constituem uma questão incontornável para o estudo da construção da nação, da estruturação das identidades, da compreensão do que somos enquanto portugueses de ontem e de hoje. A África e os africanos ocupam um lugar central nesta problemática, pela longa duração dos contactos, pela natureza das formas relacionais, pela forma da sua presença no imaginário português.
A presença africana em Portugal difere de qualquer outra: se romanos e árabes deixaram vestígios reveladores dos seus projetos políticos, que os levaram a organizar operações coletivas, a utilizar exércitos, a colonizar os territ6rios, a maioria dos africanos não vieram de livre vontade, mas capturados ou comprados em África, para serem desembarcados como escravos no extremo ocidental do fragmento ibérico da Europa.
Despojados de tudo, esses homens, mulheres e crianças deixaram vestígios seculares através do país: se a sua visibilidade parece reduzida, pois não são eles nem monumentos, nem objetos de "arte': nem formas materiais, encontram-se de maneira significativa na densidade da participação africana na sociedade portuguesa: no trabalho, na produção, na Língua, na religião, na festa, na música e na dança, no corpo e na sexualidade, na toponímia, na imaterialidade dos nossos quotidianos. A história e a memória revelam-nos as suas marcas contidas, de forma estruturante, na constante reconstrução de Portugal.
A exposição é apresentada em vários painéis compostos por textos e fotografias relativas aos sete temas:
1 - Africanos: Uma nova mercadoria (séc. XV- XVI)
2 - Bairro do Mocambo em Lisboa
3 - A Integração dos Africanos (séc. XVI- XIX)
4 - A desumanização dos Africanos
5 - Estratégias Africanas
6 - Permanências e Mudanças (séc. XVIII- XX)
7 - Novas Dinâmicas Africanas (Depois de 1974)
O Comité Português da UNESCO “A Rota do Escravo” assumiu a edição e o apoio da exposição. Contou também com os apoios do ACIDI (Alto Comissariado para a Integração e Diálogo Intercultural),a Fundação Calouste Gulbenkian, a FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia), a Fundação Portugal Africa, o IPAD, e a UCCLA (União da Cidades Capitais de Língua Portuguesa).
Mais informações: AQUI.
Organização: Bibliotecas da Universidade de Coimbra e Programas de doutoramento Patrimónios de Influência Portuguesa (CES/III), Pós-Colonialismos e Cidadania Global (CES/FEUC)