Objetivos

1. Desenvolvimento de capacidades para obter e oferecer à comunidade conhecimentos especializados nos domínios dos Estudos Anglo-Americanos, da História e das práticas sociais contemporâneas, nomeadamente no âmbito (a) da análise de texto, (b) do reconhecimento crítico das representações contemporâneas do passado e (c) do exercício de direitos e deveres em sociedade.

2. Desenvolvimento de uma perspetiva política (sobre o exercício dos direitos de cidadania, nas linguagens da participação e/ou da governação), bem como desenvolvimento de uma perspetiva epistemológica (necessariamente histórica, social e política) que abordem de modo crítico (a) o uso e a autoridade de cada forma de conhecimento e, mais do que isso, (b) a procura de outras formas/linguagens e heterodoxias, presentes na sua ausência ou emergência.

A literatura e os Estudos Anglo-Americanos oferecem-nos um espaço privilegiado para observar vozes que têm o poder de se fazer ouvir – num mundo em que o poder hegemónico tem uma língua, o inglês, e/ou uma ideologia, tornada dominante por muitos meios (desde o mercado aos media, à cultura e à arte) que nos trouxeram às consequências últimas da globalização. Mas a literatura e os Estudos Anglo-Americanos oferecem-nos, paradoxalmente, também a possibilidade de observar a heterodoxia das vozes que, no centro desse poder (ou nas suas margens), não conseguem fazer-se ouvir hegemonicamente, porque, mesmo em inglês, as suas linguagens foram, e são, outras – ficando quase sempre silenciadas: as vozes das mulheres, as vozes do exílio e da emigração, as vozes que não podem impedir-se de ter outras visões do mundo, as vozes que procuram e exigem outras visões do mundo.

A História cultural contemporânea aborda correntes de pensamento, processos de reflexão metodológica, práticas culturais e diferentes experiências nos campos da produção literária, das artes figurativas e multimédia, e da cultura de massas. Também esta área se mostra vocacionada para o reconhecimento histórico e a abordagem analítica e interpretativa dos processos de representação que visam suscitar a conceção de modelos alternativos aos dominantes e a participação em processos de mudança e de rutura no domínio das iniciativas culturais e dos projetos políticos. Apontando para o estudo objetivo das heterodoxias e dos atos de silenciamento e para a emergência de um discurso social que se aplica a sonegar uma parte do passado ou, pelo contrário, a procurar resistir a este processo, observam-se as condições de representação e de autorrepresentação histórica das minorias, das vozes singulares e dos excluídos, bem como as formas e lugares da resistência e alternativa.